Ribeirão Metropolitana exige interlocução e representação mais qualificada

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Entre os desafios que Ribeirão Preto terá de enfrentar, ao comemorar seu aniversário, está a crescente demanda por uma ação regional, ou seja, resgatar nosso papel de liderança metropolitana. Penso que os municípios da nossa região, isoladamente, não conseguirão encontrar respostas para os novos desafios que surgiram nos últimos anos. Nunca o sucesso econômico e social de uma cidade esteve tão atrelado à ação regionalizada. Isto vale para nossa jovem aniversariante. E vale também para as cidades vizinhas.

O mais importante neste aniversário é que a nossa cidade perceba que a criação de uma região metropolitana é uma oportunidade única para o equacionamento eficaz e harmonioso de problemas inadiáveis que atinge todas as cidades da nossa região. Na saúde, no transporte, na habitação, na industrialização, no desenvolvimento comercial, na promoção social, enfim, em quase todos os anseios da população, eu não vejo a possibilidade de resolução por medidas isoladas e de curto prazo.

O papel-chave da nossa cidade na criação da região metropolitana de Ribeirão Preto será assegurar para todos os municípios vizinhos a plena confiabilidade de uma ação conjunta. Diante dos problemas sociais, funcionais e ambientais mais graves, precisamos construir laços sinceros de união para que o trabalho comum seja duradouro e resistente.

Muito mais do que simples gerentes da rotina urbana, nossos governos e representantes terão de assumir uma outra postura. Caberá às novas lideranças políticas da nossa região a missão de perceber as potencialidades e as vocações das nossas cidades, induzir e incentivar todas as oportunidades de crescimento e orientar concretamente o apoio governamental às alternativas de desenvolvimento. Para viabilizar essa nova forma de ação comum é fundamental pactuar um projeto compartilhado de desenvolvimento econômico e social. Projeto compartilhado que só é possível com a criação da região metropolitana de Ribeirão Preto.

Infelizmente, não temos ainda uma representação política que garanta uma interlocução efetiva e qualificada entre os municípios da região. Cada deputado, por exemplo, pensa e age isoladamente. A única coisa que fazem em conjunto é caminhar a reboque das iniciativas governamentais. Não conseguem se livrar das amarras clientelistas, cujos exemplos são fartos, tristes e conhecidos. Muitas vezes falta sensibilidade social e cidadania e sobra populismo e demagogia.

No aniversário da nossa cidade, tudo aquilo que não se fez até agora promete-se de novo, sem nenhuma cerimônia. Pior, sem qualquer questionamento. Chegou a hora de homenagear de fato nossa cidade – chegou a hora de reconhecer e trabalhar pelo nosso papel de liderança metropolitana. Ribeirão não precisa estar à frente, isolada, tentando ditar os destinos que a região não escolheu. Nossa cidade, para cumprir seu destino e a sua vocação, precisa potencializar uma infinidade de iniciativas adotadas por cidades irmãs, criativas e incansáveis. Esse sentido de projeto coletivo, assentado em parcerias e harmonia regional, é o caminho para estabelecermos um futuro mais justo, mais próspero e mais humano para nossa cidade e para as cidades vizinhas.

*Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Vice-Presidente Estadual da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e presidente da FESP (Federação dos Sindicatos de Servidores Públicos Municipais do Estado de São Paulo).

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