Entidades promovem Marcha contra o racismo em São Paulo

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Entidades de combate ao racismo promoveram no último sábado (11) a “Marcha contra o Racismo e contra a higienização sócio-racial e criminalização da pobreza”. A concentração foi na praça santa Cecília, região central, e seguiu em caminhada pelas ruas de Higienópolis. A manifestação reuniu cerca de 500 pessoas e 27 entidades dos movimentos sociais.

O coordenador do Movimento Novo Quilombo, Raça e Classe, Wilson Honório da Silva, informou que a manifestação faz parte de uma mobilização contínua para combater a discriminação no país. “Nós estamos aqui para dizer que o racismo está em todos os lugares, mas nós também estamos em todos os lugares. Nós somos a maioria da população”, disse.

Inúmeros casos recentes de racismo e opressão foram citados como o incêndio da favela do Moinho, a da estagiaria Ester Elisa da Silva Cesário, que recebeu ordem de que alisasse o cabelo para permanecer em seu estágio, em uma instituição de ensino.

O caso do menino etíope de seis anos expulso de um restaurante em São Paulo, o estudante da (USP) Nicolas Barretos agredido, sem motivo por um policial militar dentro do campus, a ação desastrosa na Cracolândia e o massacre do Pinheirinho.

A marcha teve seu ponto principal quando entrou no shopping Higienópolis.

A coordenadora do Núcleo de Consciência Negra na Universidade de São Paulo (USP), Haydee Fiorino, lembrou que para as mulheres o peso da discriminação é ainda maior. “As mulheres negras se encontram sempre em trabalhos subalternos, sem nenhum direito trabalhista. Ou então são vistas como a mulher do carnaval, a mulata libidinosa, que só ganha visibilidade no carnaval e depois volta para o seu lugar, limpando o chão”, acrescentou.

Para colocar o combate ao preconceito na agenda da universidade e do movimento estudantil, o núcleo quer firmar um convênio com a USP, regularizando o espaço que o coletivo ocupa na instituição. Haydee destacou que o Núcleo de Consciência Negra existe há 24 anos na universidade e realiza atividades culturais, grupos de estudo e palestras.

Para Mariana Queen, também coordenadora do núcleo, a pequena quantidade de alunos negros na USP acaba constrangendo os que conseguem entrar na instituição. “Como mulher negra, sofro opressão cotidianamente. Como estudante negra na USP, sendo uma das poucas da universidade e a única da minha sala, também me sinto oprimida”, declarou a estudante de jornalismo, que defende as cotas raciais no vestibular.

Com informações das agências

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