A Marcha das Bicicletas em Genebra

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Wagner Rodrigues*
wagner.rodrigues65@gmail.com

Dia 12 de junho entrou para história política dos trabalhadores públicos no mundo. Nesta data, todas as trabalhadoras e trabalhadores públicos, delegados e delegadas na 102ª Sessão da Conferência Internacional do Trabalho da OIT – Organização Internacional do Trabalho realizada em Genebra – Suíça, participaram da Marcha das Bicicletas.
A Marcha das Bicicletas foi proposta e realizada pela ISP – Internacional dos Serviços Públicos, e conclamou todos os delegados e delegadas dos 185 países participantes da conferência da OIT a pedalar em nome da defesa dos direitos dos trabalhadores públicos e da justiça social.
O evento marcou a passagem pelas ruas de Genebra, devido o nome da rota traçada pelos dirigentes, como a Estrada da Vergonha. A cada embaixada ou missões dos países que não aplicam os direitos trabalhistas, ou que impõem suas arbitrariedades aos trabalhadores públicos, os participantes pararam e fizeram seus protestos conforme a situação política trabalhista daquele país.
Com o tema central da conferência ‘Diálogo Social’, nós, trabalhadores, executores dos serviços públicos e dirigentes sindicais, não podemos mais admitir que o tratado na 102ª conferência da OIT seja desprezado pelos governantes de países importantes da economia mundial. Por isso o movimento sindical mundial relacionado com os serviços públicos precisa enfrentar os ataques orquestrados pelos governantes em destruir o sistema público com precarização, terceirização e privatização.
Países considerados democráticos e baseados numa estrutura republicana têm adotado medidas de protecionismo ao capital e sistematizado um serviço público com papel diminuto do estado. Outras nações compreendem que a relação entre o capital e trabalho nada mais é que considerar o trabalhador público como um ser subserviente.
Essa precarização da relação de trabalho e dos serviços públicos tem afetado diretamente o papel do Diálogo Social que foi debatido amplamente pelos delegados e delegadas na conferência da OIT 2013. Essa discussão extravasa o campo político do serviço público, pois quando relacionamos as questões entrelaçadas no tema como trabalho escravo, trabalho infantil, geração de trabalho verde sustentável, fim da violência das mulheres e igualdade de salário das trabalhadoras, por mais que os governantes possam fazer esforços, não podemos dissociar dos investimentos nos serviços públicos e seus trabalhadores.
Destaque-se que a Marcha das Bicicletas ocorreu em Genebra, num momento em que, no plano interno, a sociedade brasileira buscava formas de organizar-se na luta pelos seus anseios e pela construção plena da cidadania. Diferentes na forma e no espaço geográfico, as duas manifestações compartilhavam problemas e desafios semelhantes. Trataremos de enfrentá-los a partir de perspectivas populares e avançadas, buscando os melhores resultados; melhorar os padrões de vida do nosso povo, reduzindo a marginalização e a precarização do serviço público.
Portanto, independentemente da situação política e social dos países, os trabalhadores públicos estão se organizando para lutar pelos seus direitos e acabar definitivamente com a situação precária de sua relação de trabalho. Aqui no Brasil também estamos nos consolidando em nossas entidades sindicais e instâncias de representações como CSPB – Confederação dos Servidores Públicos do Brasil e CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras que juntamente com os trabalhadores públicos se dispõem a estarem à frente dessa dianteira pela organização dos trabalhadores no serviço público e colocar em prática as normativas regentes da 102ª Conferência Internacional do Trabalho.

*Diretor Nacional dos Assuntos Municipais da CSPB Confederação dos Servidores Públicos do Brasil e Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ribeirão Preto

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