Sindicato dos Servidores considera resolução da Secretaria da Educação ilegal e exige a sua revogação

1
2165

Depois de obter liminar suspendendo o retorno das aulas presenciais, o Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis acaba de encaminhar um documento a Secretaria Municipal da Educação cobrando a revogação da Resolução SME n º 05/2021, na parte em que ela anula a possibilidade de aulas remotas. O Sindicato já encaminhou cópia do documento protocolado na SME ao Promotor de Justiça responsável pelo GEDUC – Grupo de Atuação Especial de Educação do  Ministério Público do Estado de São Paulo para a adoção das medidas cabíveis.

No momento em que os secretários de saúde de todo o país dizem que Brasil vive “pior momento” da Covid-19, pedem toque de recolher das 20h às 6h e que médicos relatam mais pacientes jovens e graves com Covid nas UTIs, o Sindicato cumpre com sua missão institucional de proteger a saúde, a segurança e a vida dos trabalhadores da educação municipal e o bem-estar de suas famílias, lutando pela suspensão do retorno das aulas presenciais nas escolas públicas municipais de Ribeirão Preto.

Em outra frente de luta e de atuação, o Sindicato dos Servidores acaba de cobrar da Secretaria Municipal da Educação a imediata revogação da Resolução SME nº 05/2021, requerendo a  edição de outra normativa que garanta retomada das aulas prestadas remotamente, na forma de regime online, seguindo as regras educacionais consolidadas.

Segundo o documento protocolado nesta tarde pelo Sindicato “ao impedir inteiramente a oferta de atividades remotas para os alunos da rede municipal de ensino e paralisar sine die o ensino não presencial – movida por uma noção precária das suas responsabilidades implícitas e explícitas – a Secretaria Municipal da Educação acabou por converter, na prática, nossos alunos e a população do Município em refém dos interesses e visões políticas do governo – o que é ilegal”.

Para o Sindicato dos Servidores Municipais “com as UTIs da região superlotadas e os cemitérios do País com retroescavadeiras abrindo covas (tamanha a demanda), sem vacina para a imensa maioria da população e com uma nova variante ainda mais mortal e contagiosa do vírus circulando livremente na cidade, a Secretaria Municipal de Educação, que tem a função de conduzir o ensino municipal, definindo, à luz do cenário posto, os caminhos para se alcançar os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento previstos no ano letivo, decidiu sem motivação alguma e com finalidade questionável inviabilizar o processo remoto de escolarização de nossos jovens, adultos e crianças”.

No documento, com cópia encaminhada ao GEDUC, o Sindicato diz que “confinados em suas casas, ameaçados por uma nova variante viral que atinge com mais gravidade a jovens adultos e crianças, os estudantes do ensino municipal encontram-se, agora, abandonados à própria sorte, simplesmente porque a SME que havia optado pelo caminho do negacionismo da doença, parece que também optou pelo ímpeto do confronto contra medidas de proteção a vida, nutrida por uma estranha vocação que atinge alguns governantes para a “ascensão aos extremos”, destituída, porém, da sobriedade, do equilíbrio e da proporcionalidade recomendada ao Poder Público em termos de políticas educacionais”.

No mesmo ofício, o Sindicato requer que a Secretaria Municipal da Educação respeite e valorize o fazer pedagógico dos professores do nosso Município e passe a  oferecer condições materiais apropriadas “para que, mesmo remotamente, os nossos profissionais da educação continuem ensinando e acompanhando o desempenho escolar do aluno com relação as competências e habilidades de acordo com a faixa etária”.

Com base na Constituição Federal e Estadual, amparado também na liminar concedida pela 4ª Vara do Trabalho de Ribeirão Preto, nos autos da Ação Civil Pública promovida pelo Sindicato, a entidade ainda cobra informações sobre as providências que estão sendo adotadas pela Secretaria Municipal da Educação em respeito ao direito dos trabalhadores da educação à saúde e a vida e a garantia da segurança sanitária do ambiente de trabalho no âmbito de toda a Secretaria.

Por fim, por entender que a Resolução SME nº 05/2021 contem “matéria relacionada a ação administrativa direcionadas a isentar-se de dar concretude a direitos fundamentais e a princípios consagrados na Constituição, uma vez que a Educação é metas/tarefas primordial do Estado” o Sindicato informa que remeteu cópia do ofício ao Promotor de Justiça responsável pelo GEDUC – Grupo de Atuação Especial de Educação do  Ministério Público do Estado de São Paulo para a adoção das medidas que julgar pertinentes.

Para Laerte Carlos Augusto, presidente do Sindicato, é preciso que a Secretaria Municipal da Educação revogue imediatamente o trecho da resolução que impede a oferta de aulas, em sistema remoto, aos milhares de alunos de Ribeirão Preto. “ A adoção de aulas a distância não é uma escolha dos governantes, ao contrário, é uma alternativa que tem que ser colocada a disposição da sociedade frente ao avanço descontrolado da pandemia em nosso país e em nossa região. No momento em que a comunicação remota entre os alunos e seus professores deve ser intensificada e elevada a um novo patamar, o Governo, por motivos que não se enquadram no interesse público, decidiu numa canetada impedir por completo o processo de ensino-aprendizagem em Ribeirão Preto”.

Para Laerte “além de não comprovar a garantia de condições mínimas de segurança sanitária para aulas presenciais nas escolas, o  Governo resolveu também deixar de garantir a continuidade do ensino de forma remota. O prejuízo que a SME queria impor aos trabalhadores da educação era a própria vida, mas como foi impedido pelo Sindicato e pela Justiça, resolveu impor aos estudantes um outro tipo de prejuízo, que afetará diretamente o seu bem-estar e o seu futuro.  O Governo Municipal deve rever imediatamente esta posição, sob pena de vir a ser novamente corrigido pelo Poder Judiciário”.

Sindicato, o tempo todo com você!

 

Confira o ofício do Sindicato protocolado hoje na SME e com cópia encaminhada ao Ministério Público (GEDUC)

Oficio Educação e Ministério Público

1 COMENTÁRIO

  1. Exatamente, um abandono com os alunos da rede municipal,diante do avanço do corona vírus, já deveriam ter retomado o ensino remoto lá em fevereiro, é muito descaso com a educação que já tem índices baixíssimos no Rank da Educação, situação terrível, todos alunos do estado das escolas particulares já estarem estudando ,e alunos da rede municipal não.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui