Servidores do CREAS-POP cruzam os braços e Sindicato vai pedir interdição do prédio

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O Sindicato dos Servidores Municipais vai ingressar com um pedido junto ao Ministério Público para que faça a vistoria no prédio, de responsabilidade de Secretaria da Assistência Social, onde funciona o atendimento de jovens, adultos, idosos e famílias que utilizam as ruas como espaço de moradia e sobrevivência, o CREAS-POP, a fim de que constatadas as irregularidades existentes seja feita a sua interdição. A falta de segurança, a estrutura precária do local e falta de condições de trabalho foram a gota d’água para que a entidade que representa os trabalhadores tomasse a atitude. Portanto, os acontecimentos têm origem na falta de uma política pública específica para o segmento que é atendido no local. Na manhã de hoje (quarta-feira, dia 26 de fevereiro) os trabalhadores cruzaram os braços para denunciar a precariedade do local.

O prédio, localizado na Rua Pernambuco, nos Campos Elíseos, é uma antiga casa que foi improvisada.

“Além de ter sido um local improvisado, as condições do prédio são as piores possíveis. A cobertura de telha de amianto é muito baixa e o madeiramento envergou e corre o risco de desabar. Os espaços internos são absolutamente pequenos, o que gera dificuldades no atendimento. São 16 pessoas que trabalham diariamente no CREAS-POP e que convivem com insegurança, ameaças e sem as mínimas condições de trabalho. Além disso, o cadastro biométrico do CREAS-POP não funciona há cinco anos, o que demonstra o descaso e a falta de gestão por parte da administração”, fala a coordenadora da Seccional da SEMAS do Sindicato, Alzira Aparecida.

São atendidas diariamente no CREAS-POP cerca de 60 pessoas que vivem em situação de risco nas ruas de Ribeirão Preto.

“Muitos são usuários de drogas e, às vezes, agressivos. Já tivemos casos de servidores serem ameaçados de morte. As pessoas que são atendidas no CREAS-POP ficam praticamente amontoadas e sem nenhuma atividade. O local não passa de um simples espaço para esconder a triste realidade da falta de políticas públicas eficientes para a Assistência Social, que de assistência não tem nada. É preciso encontrar um local adequado e colocar oficinas e cursos profissionalizantes para tentar recuperar as pessoas que passam por lá, ou então, este cenário nunca mudará em nossa cidade”, diz a Assistente Social e secretária geral do Sindicato, Jacira Campelo.

No prédio do CREAS-POP, o Sindicato encontrou diversos materiais, que podem facilmente ser utilizados como armas em uma possível briga entre os que utilizam o local, ou em agressões contra os servidores.

“Existem barras de ferro espalhadas pelo quintal do prédio do CREAS-POP. Quando a nossa diretoria chegou ao equipamento, dois homens que estavam lá quase chegaram às vias de fato. A confusão chegou ao ponto de um deles sair do prédio dizendo que estava indo buscar uma faca para matar o outro, e os trabalhadores assistindo a tudo sem poder fazer nada, o que é um absurdo! As pessoas que por lá passam deveriam encontrar no CREAS-POP a ajuda necessária para mudarem suas condições de vida, com cursos preparatórios e novas oportunidades, mas, na verdade, o que eles encontram é apenas a apenas a extensão do caos em que estão vivendo. O banheiro onde os usuários tomam banho e fazem suas necessidades é deprimente, um atentado à saúde daqueles que o utilizam. Não adianta tentar esconder a situação ou apenas dar as costas para essa realidade; é preciso buscar soluções eficientes. Por este motivo ingressaremos com um pedido no Ministério Público para tentar interditar o prédio do CREAS-POP e evitar que este crime contra os usuários e servidores municipais continue sendo cometido”, finaliza o presidente do Sindicato, Wagner Rodrigues.          

Falta de Segurança

Os servidores municipais da Secretaria de Assistência Social (SEMAS), que trabalham no CREAS Pop, nos Campos Elíseos, já haviam paralisado os atendimentos no dia 3 de fevereiro por falta de segurança no local de trabalho. O a gota d’água foi uma ameaça feita a duas funcionárias.

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