Reconstruir o IPM, após Teixeira

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Por Wagner Rodrigues*

As mais recentes declarações para a imprensa do ainda superintendente do IPM, Luis Carlos Teixeira, são uma inequívoca demonstração de quanto é legítima a preocupação com a sua permanência no cargo por qualquer minuto que seja. Teixeira foi enfático ao comprometer colegas do próprio governo com a sua decisão de não cumprir um termo acordado pela prefeita municipal. “Comuniquei o Marco Antonio que suspenderia o pagamento e ele disse tudo bem”, disse Teixeira em entrevista. Se não é possível – para quem não compõe o circulo de comando do governo – afirmar que este depoimento está pautado ou não na mentira, é inequívoco, entretanto, que o comportamento é antiético. É uma agressão a coerência e a unidade que deveria existir no contexto de qualquer governo.

Na defesa da própria ignorância e do despreparo, Teixeira argumenta despudoradamente que só em agora, em julho de 2013, graças a uma ação pública do Sindicato, veio a tomar conhecimento de um acordo firmado pela administração em agosto de 2012. As palavras displicentes de Teixeira, ditas para a imprensa, além de desrespeitosas aos contribuintes do IPM, são constrangedoras para a Prefeitura Municipal.

Teixeira é protagonista de episódios que transcendem a mera gafe. Suas declarações têm um efeito desmoralizador e desagregador para governo, principalmente quando, no Brasil, sente-se um renascer das preocupações quanto a ética, a coerência e os valores na gestão pública. O interesse crescente pela ética contra a malandragem colocou o povo nas ruas, pedindo mudanças de comportamento e mais comprometimento das políticas publicas com a sociedade.

Com acusações e afirmações, simbolizadas num linguajar grosseiro e primitivo – que mais caberiam a um arruaceiro do que a alguém imbuído das responsabilidades de seu cargo, Teixeira afirma que um colega do seu próprio governo “ficou de boca fechada” e que, num outro momento, “foi atacado por jagunços”.

Da parte do Sindicato será interpelado, judicialmente, para identificar o que chamou de “jagunços” numa manifestação que contou, essencialmente, com aposentados e pensionistas – que possuem uma faixa etária acima de 65 anos. Se Teixeira confidenciou para a imprensa que um colega do secretariado falou de menos, o ainda superintendente perdeu uma ótima ocasião para ficar calado. Agora, da parte da prefeitura municipal, fica a escolha entre a conduta antiética, despreparada e espalhafatosa de Teixeira ou aqueles setores do governo que buscam o diálogo, o respeito e a transparência com a sociedade.

O Instituto de Previdência dos Municipiários – IPM é um órgão institucionalizado pelo Ministério da Previdência como fonte pagadora e regulamentadora de todas as aposentadorias e pensões dos trabalhadores aposentados e pensionistas da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.

Os aposentados e pensionistas compareceram massivamente ao chamado do Sindicato em prol da defesa dos interesses da coletividade. Enquanto ao conceito de gestão praticada por esse superintendente, fica a nossa indignação e a certeza de que o país que não reconhece a história de sua sociedade e o papel dos atores sociais na construção de um Brasil democrático e soberano não é merecedor de um futuro progressista.

O Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto espera uma atitude por parte do governo municipal na expectativa que esse gestor antidemocrático e fascista que de forma leviana e depreciativa à nossos aposentados e pensionistas, considerou como um cidadão assassino e transgressor da lei ao afirmar que os aposentados e pensionistas são verdadeiros jagunços.

No último dia 19 de junho, Ribeirão Preto comemorou mais um ano de vida e não podemos admitir que aqueles que construíram nossa linda Ribeirão sejam achincalhados por qualquer cargo nomeado e, principalmente, por homens que não honram nem mesmo a memória de seus próprios pais.

Uma administração pública, principalmente aquela que dirige os rumos dos aposentados e pensionistas precisa administrar políticas públicas para sua comunidade e respeitar seus integrantes, suas opiniões e seu papel social diante da sociedade. A credibilidade do governo enfrenta uma prova de fogo e não pode demorar demais para pôr um ponto final na crise aberta pelo Sr. Teixeira. Por tudo isso, em nome de seus mais de 10 mil de filiados, dentro deles cerca de 3 mil aposentados e pensionistas, solicitamos o desfecho imediato do caso “Teixeira”, com a demissão deste personagem despreparado que vem causando tanto constrangimento aos servidores municipais e tanto prejuízo, em tão pouco tempo, à autoridade e a unidade do próprio governo.

* Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ribeirão Preto, dirigente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, e Diretor Nacional dos Assuntos Municipais da CSPB Confederação dos Servidores Públicos do Brasil e

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