Durante a sessão foi protocolado o requerimento pedindo a presença do secretário de Fazenda, Sergio Nalini, para explicar à categoria onde foi parar o dinheiro do décimo terceiro dos trabalhadores
A sessão da Câmara Municipal de Ribeirão Preto da noite de ontem, 7 de julho, foi marcada por grande manifestação dos servidores públicos municipais que tomaram o plenário pedindo apoio aos vereadores contra a “pedalada fiscal” que o governo insiste em aplicar nos servidores da administração direta. Eles não tiveram o adiantamento do 13º salário depositado. O dinheiro deveria estar nas mãos dos trabalhadores no dia 30 junho, mas nesse dia os 80% dos servidores que fizeram o pedido do adiantamento foram surpreendidos com a informação oficial do governo de que não faria esse pagamento e que o dinheiro seria depositado apenas no final do ano. O oficio foi assinado pelo Secretário de Fazenda, Sérgio Nalini. Ontem, na Câmara Municipal, o vereador André Luiz da Silva pediu aos demais vereadores a convocação de Nalini para dar explicações sobre o que foi feito com o dinheiro que deveria ser usado no pagamento do 13º salário dos servidores. À imprensa, o governo tem informado que esse dinheiro foi remanejado para o pagamento atrasado dos fornecedores da prefeitura. O secretário deve ser ouvido nos próximos dias.
Ao usar a tribuna o Presidente do Sindicato, Wagner Rodrigues, destacou a forma “astuta” que a prefeitura tem trabalhado, através de seu COF – Comite Orçamentário Financeiro – para priorizar o pagamento das dívidas com seus fornecedores. “Senhores vereadores, não dá pra acreditar que uma cidade como Ribeirão Preto com um orçamento de 2,5 bilhões de reais, possa ser capaz de dar um calote como esse nos nossos servidores municipais, assim, como se fosse um passe de mágica. Como pode tirar uma verba carimbada para o pagamento do décimo terceiro e deixar esse dinheiro com as empresas?”. Questionou o presidente.
Essa manobra usada pelo governo tem sido considerada pelo Sindicato uma “pedalada orçamentária” que fere e desrespeita, não só os trabalhadores, mas também os vereadores que aprovaram o orçamento do município onde continha a informação clara sobre o pagamento do 13º salário a título de antecipação com opção a partir do dia 30 de junho.
Antes de deixar a tribuna, o presidente ainda destacou a representação feita no Ministério Público Estadual pelo sindicato no dia 3 de julho e adiantou sobre uma nova ação judicial que será ingressada ainda hoje pelo departamento jurídico do Sindicato pedindo o “sequestro de bens” da prefeitura para garantir o pagamento daquilo que é considerado caráter alimentício. “Se existe um rombo financeiro, não foram os trabalhadores que fizeram. O responsável que pague sua conta”. Finalizou Wagner.
Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Wagner Rodrigues, durante o protesto na Câmara Municipal
Servidores fazem protesto contra o governo durante sessão da Câmara Municipal de Ribeirão Preto