As professoras da Rede Pública Municipal de Educação de Ribeirão Preto estiveram na sede do Sindicato dos Servidores Municipais na tarde de terça-feira, 20 de maio, para uma reunião com representantes da Secretaria da Educação. A reunião foi para acompanhar o que está sendo feito pela administração em resposta às cobranças elencadas numa pauta única de reivindicações, com 23 itens, sobre tudo que precisa ser reformulado na área da educação. Esta foi a segunda reunião da categoria com o governo. No primeiro encontro, que aconteceu no dia 08 de abril, a Secretária Débora Vendramini participou do diálogo com os professores, porém, nesta segunda oportunidade, preferiu mandar representantes alegando outros compromissos.
Os que fizeram a vez da Secretária foram a Profª Mariângela Marchi, chefe do Departamento de Educação, a profª Romeri Godoy Pilegi, Diretora Educacional, o prof. José Custódio de Matos, responsável pela Atribuição de Aulas e Aliomar Martins, Diretor da Divisão de Alimentação Escolar. Eles levaram os encaminhamentos do governo para os 23 itens elencados pela categoria na pauta de reivindicações e os professores não ficaram satisfeitos com o que ouviram. “Sinceramente, o discurso de vocês é muito evasivo… ‘estamos encaminhando, estamos avaliando, estaremos contratando em breve’ o que nós queremos ouvir do governo são soluções para nossos problemas. Do jeito que está não dá mais! Eu acho que vocês devem jogar limpo com a gente, dizer o que realmente será feito e o que não vai” disse uma das professoras durante o debate.
A manifestação desta e, de outras professoras e professores, acorreu logo depois da leitura do ofício da Secretaria Municipal da Educação – SME – com as respostas aos principais problemas do setor, como: A resolução imediata da falta de professores de apoio nas escolas municipais, seja pela “permissão da dobra” ou pela contratação de professores habilitados, conforme legislação em vigor. A esse item número 02 da pauta de reivindicações, a SME respondeu: “Já foram atribuídos Professores de Apoio para todas as unidades de Educação Infantil (CEIs e EMEIs), sendo que o número de apoios foi determinado pela especificidade de cada unidade escolar, como: berçários, inclusão, tempo integral e tempo parcial”. No item 04 da pauta que fala sobre medidas que resolvam definitivamente o problema da “superlotação” nas salas de aula foi dito pela SME que não há superlotação e que o governo trabalha com determinações legais quanto ao número de alunos em sala. Outra resposta que incomodou os professores foi a do número insuficiente da merenda e material escolares, item 07 das reivindicações, nesse caso, os representantes da secretaria disseram que: “não há falta de materiais necessários para o funcionamento das escolas”.
A resposta dos 23 itens da pauta de reivindicações fomentou um sentimento igualitário entre os professores presentes na reunião, expressado por vários desses profissionais da educação em um discurso alinhado. “Com tudo o que vocês nos deram de respostas, hoje, dá a impressão de que todos nós [professores] somos os mentirosos dessa história. Quando nós dizemos que falta material, merenda, professores de apoio e que há superlotação, é porque isso realmente acontece. Somos nós que estamos nas escolas todos os dias, e nós sabemos o que acontece por lá”. Foi a frase que se repetiu por unanimidade entre a categoria.
Embora os professores tenham constatado poucos avanços nos pontos cobrados na pauta, para a diretoria do Sindicato, mesmo assim, a avaliação desse segundo encontro é positiva para os profissionais da educação, SME e Sindicato. “Nós abrimos um canal democrático entre a SME e as professoras. Isso é altamente positivo, pois elas, por meio de representantes eleitos nas escolas, puderam cobrar diretamente do governo as soluções para os problemas cotidianamente por elas vivenciados nas escolas municipais. Os representantes da SME externaram os seus limites ao afirmarem que ‘a SME não tem autonomia financeira, pois está atrelada ao conjunto da administração’ e ao lembrarem que ‘a Lei de Responsabilidade Fiscal constitui um impeditivo para a contratação de novos gastos’. Contudo, as professoras responderam à altura ao mencionarem que ‘o governo precisa ter vontade política para sair da Lei de Responsabilidade Fiscal e que para isso é preciso cortar gastos, enxugando secretarias e acabando com o cabide de empregos”, finaliza o Prof. Donizeti Barbosa, Coordenador da Seccional da Educação, do SSM.