Depois de uma ameaça de paralisação, a Guarda Civil Municipal, enfim, teve seus direitos respeitados pelo governo municipal, que atendeu em grande parte as reivindicações da categoria acordadas na data-base. O governo decidiu adequar o antigo nível 112, que já não existe mais, para a tabela atual, que hoje é a 12.1.01, da Lei Complementar Nº 2515/2012. Essa tabela é a classe usada para os servidores que entram na Guarda. Os GCMs foram, agora, inseridos no PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) da administração direta. “O governo fez justiça com esses servidores; foi uma luta muita grande entre os diretores do SSM-RP (Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto) e a comissão constituída pelos guardas para conseguirmos fechar este assunto. Tínhamos uma grande preocupação com as oito vagas que estavam em situação irregular e, dentro dessa nova ordem cronológica, eles foram contemplados e serão regularizados” disse Valdir Avelino, Coordenador da Guarda Civil Municipal.
A atenção do governo só se voltou para estas questões depois que a categoria deliberou estado de greve, em assembleia no dia 25 de junho, na sede do Sindicato dos Servidores Municipais, com a participação de membros da Diretoria Atuante, Comissão dos GCMs e dezenas de guardas que aprovaram a proposta por unanimidade. Segundo o Presidente do SSM-RP (Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto) Wagner Rodrigues, o governo desconsiderou a necessidade de atender as reivindicações até o último momento e tal inércia não deixou alternativa para a categoria, senão o anúncio de greve. “A administração provocou o esgotamento das negociações ao não considerar a possibilidade de implantar as medidas”, disse ele. A decisão foi protocolada no dia 26 de junho, com previsão para a greve ocorrer a partir da zero hora de 02 de julho. Contudo, o governo municipal retomou o diálogo com o Sindicato, apresentando uma contraproposta. Desse modo, a categoria foi chamada para deliberar e, com apenas dois votos contrários, a proposta foi aceita e a greve, cancelada.
Segundo o vice-presidente, Laerte Carlos Augusto, os guardas entenderam que a proposta atendia grande parte das reivindicações, não havendo a necessidade de uma paralisação. “Após um longo período de negociações e impasse, obtivemos o avanço e isso foi muito importante porque regularizamos a situação de oito guardas que estavam em situação instável na carreira. Foi uma grande vitória resolver essa questão e fazer o enquadramento de todos os profissionais no plano de carreira da administração direta”. Ainda de acordo com o vice-presidente, o governo assumiu o compromisso de levar o projeto de mudança nos próximos dias para a Câmara Municipal.
O Coordenador da GCM, Valdir Avelino, reforça, ainda, que a exigência do Sindicato na readequação dos níveis tirou os trabalhadores que viviam, até então, marginalizados na carreira, e os trouxeram para outro patamar. Agora, eles têm condições de ascender na carreira de Guarda Civil Municipal. “A decisão não envolve questões financeiras; o impacto é mínimo, uma vez que a categoria deixou de fazer horas extras para que a medida tivesse condição de ser aplicada, já que, um dos pretextos usados pelo governo foi a lei de responsabilidade fiscal. Essa economia foi relevante para o avanço nas negociações, mas nada foi mais significativo do que a vitória dos trabalhadores”, afirmou Avelino.