Pressionado pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto a estreitar o diálogo com os professores, insatisfeitos em relação a situação atual da rede municipal de ensino, o governo aceitou participar de uma assembleia, na tarde de terça-feira, 08 de abril, na sede do Sindicato. Professores representantes de cada unidade escolar do município se reuniram com a comissão formada pelo governo. Entre os integrantes estavam a secretaria de educação, Débora Vendramini, Osvaldo Ceoldo, secretário de governo, Drª Zueli, assessora jurídica da casa civil, e membros da equipe técnica da SME . Os professores puderam discutir diretamente com eles e outros representantes os problemas que mais preocupam no sistema educacional. Assuntos como: a resolução imediata da falta de professores de apoio nas escolas municipais, seja pela “permissão da dobra” ou pela contratação de professores habilitados, conforme legislação em vigor; medidas que resolvam definitivamente o problema da “superlotação”; criação de um conselho entre os professores para fiscalizar a administração das escolas, o número insuficiente da merenda e material escolar, foram assuntos longamente discutidos durante a assembleia.
Os representantes das escolas municipais estavam com o discurso alinhado, porque, no dia 27 de março, uma primeira assembleia foi realizada com a Diretoria do Sindicato para compor a pauta de reivindicações. O documento foi construído com a ajuda dos professores de cada escola municipal, que discutiram no seu ambiente de trabalho quais eram as prioridades e elencaram os itens nessa pauta única. O professor Donizete Barbosa, diretor da seccional de educação avaliou o encontro de maneira positiva “o diálogo foi bastante produtivo; houve um avanço muito significativo no sentido de que se romperam as barreiras; nós tivemos aqui no Sindicato uma demonstração de democracia representativa e direta, concomitantemente; o sindicato fez o seu papel de mediador e, os professores puderam falar diretamente com o governo municipal”. O professor ressaltou, ainda, que o sindicato já vinha cobrando do governo grande parte das reivindicações: “nós já vínhamos pedindo a contratação dos professores de apoio para as escolas, pois há dificuldades e os professores estão sobrecarregados; também falamos muito sobre a falta de espaço para as atividades cotidianas em alguns prédios, notadamente, o CEI Cecílio Fráguas, na Vila Abranches , e o CEI Roberto Taranto, no Alto do Ipiranga; a falta de material escolar também foi discutida, enfim, tudo foi falado e os professores não saíram daqui sem um posicionamento do governo, que se comprometeu com a resolução de diferentes itens da pauta”.
A secretaria ouviu atentamente todos os descontentamentos da categoria e esclareceu as dúvidas dos professores. “Muito interessante, nós viemos com a equipe, ouvimos… há uma necessidade em falar tudo, que é humana, mas tudo procede. Eu, como educadora, tenho o dever de ouvir e encaminhar da melhor forma possível. O modelo administrativo pode ser alterado, também podemos rever uma série de coisas; o que mais importa é o bem estar do aluno” disse a secretária Débora Vendramini, logo após a discussão com os professores. Ela se comprometeu diante dos representantes a analisar todas as reivindicações e traçar medidas para que cada uma delas seja resolvida o mais rápido possível. O encontro entre as partes foi avaliado, de ambos os lados, como muito positivo, tanto, que a secretaria assumiu o compromisso de uma nova assembleia com os professores no prazo de 20 dias, louvando a iniciativa do Sindicato em propor o diálogo, e afirmando que iniciativas como essas precisam ser mais frequentes.