Ribeirão Preto vive uma situação preocupante com o número, insuficiente, de agentes de vetores. O estado é crítico e incomoda os trabalhadores da categoria que estão sobrecarregados com a falta dos profissionais. Segundos eles, atualmente, 147 agentes fazem o trabalho de fiscalização, com esse número, é possível cobrir apenas 40% da cidade. De acordo com a secretaria municipal da saúde, em 2011, a cidade contava com 236 agentes e, de lá para cá, o número caiu 40%. “Nós não conseguimos cobrir a área, estamos triplicando o trabalho e, mesmo assim, nós não aguentamos, é muita coisa para uma pessoa só” disse uma funcionária, agente há 11 anos.
A categoria cobra do governo que algo seja feito o mais rápido possível “para uma cidade como Ribeirão Preto o número apropriado seria, no mínimo, de 420 agentes, mas, trabalhamos com um número bem menor que isso. Existem 180 vagas em aberto que ainda não foram preenchidas e um concurso público para o cargo que termina dia 28 de abril. O governo tem que tomar uma providência rápida” acrescentou o vice-presidente Laerte Carlos Augusto. Outra preocupação dos agentes é que mesmo que a prefeitura faça as contratações, hoje, por exemplo, leva pelo menos três meses para treinar a equipe.
O governo diz que não pode fazer novas contratações devido à lei de responsabilidade fiscal. O limite é de 54% e, a prefeitura, já está bem próxima de atingir esse número, se isso acontecer, fica caracterizado o crime de improbidade administrativa.
A cidade já sofreu, em outros anos, epidemias de dengue que trouxeram muita preocupação ao município. Em 2010, por exemplo, o índice registrado da doença chegou a quase 30 mil casos. No ano passado, Ribeirão teve 13.184 registros da doença. De janeiro, até agora, o número é considerado muito baixo, no primeiro mês foram apenas sete casos registrado, mas, isso tem explicação. A estiagem evitou que o mosquito tivesse condições favoráveis para se proliferar, caso contrário, Ribeirão Preto poderia enfrentar uma epidemia ainda pior do que enfrentou em 2010.
Situação é crítica e deve piorar
O número de agentes do controle de vetores deve ficar ainda menor, isso porque, dos 147 agentes que trabalham atualmente, 56 são contratos emergenciais e, até setembro deste ano, vence o prazo estabelecido e eles devem encerrar as atividades. Sem contar que parte desses funcionários fica em funções administrativas e não vão para as ruas. Assim, o número segue encolhendo cada vez mais. “O governo brinca com a saúde da população quando não contrata mais trabalhadores e trabalhadoras para o setor de controle de vetores. Estamos vivendo vários surtos ou epidemias na região e nossos governantes apenas assistindo” afirmou o presidente do Sindicato dos Servidores Wagner Rodrigues.