O Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis repudia o recente ataque feito em entrevista pelo presidente da ACIRP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto) aos servidores públicos.
No passado, as gerações de líderes que ergueram material e representativamente a referida associação comercial e industrial de Ribeirão Preto, sem temer sacrifícios, nem renúncias, corajosamente debatiam e, por vezes, criticavam quem de fato era merecedor de críticas: independentemente de serem prefeitos, governadores ou presidentes da República. Não escolhiam o lado aparentemente mais fraco para, injustificadamente, lançarem críticas infundadas e, ao mesmo tempo, injustas.
Não é crível que o líder empresarial dos nossos dias perdeu a vanguarda e o pioneirismo de cobrar do Governo Federal a destinação de recursos, quantos sejam necessários, para manter crédito e a facilitação do financiamento para as nossas empresas, com o objetivo de manter a empregabilidade.
Também não é crível – nem aceitável – que o líder empresarial dos nossos dias, quando vê-se atingido por medidas inadequadas determinadas por prefeitos e governadores – deixe de criticar estes para responsabilizar o servidor municipal por suas reais dificuldades.
Este Sindicato, quando o interesse dos servidores municipais é atingido por medidas governamentais, enfrenta o problema como o problema deve ser enfrentado: luta sem trégua enfrentando, criticando e responsabilizando o Governo. Não desviamos o foco, nem escolhemos adversários imaginários.
Estranhamente, o líder empresarial dos nossos dias entende que sua classe está sendo atingida por medidas determinadas por Antônio ou por João, mas, por receio ou conveniência, decide que o melhor mesmo é combater José.
A inadequada cruzada do líder empresarial dos nossos dias contra os servidores, além de injusta e improdutiva, é um fardo imobilizador da capacidade da referida associação de encontrar o seu apropriado lugar de destaque e de vanguarda num mundo tenso e turbulento que vivemos.
Enquanto houver timidez e desmedida prudência por parte do líder empresarial dos nossos dias em responsabilizar aqueles que, de fato, prejudicam a atividade comercial e industrial, o medo estará em toda parte e a coragem não estará em lugar algum.
Atacar o servidor, servidores cujo trabalho é essencial para a sociedade e a preservação da vida, por conta de medidas tomadas ou negligenciadas pelos Governos é um gesto de covardia.
Por fim, a discussão sobre priorizar a economia ou priorizar a vida é um falso dilema. Em todo o mundo, as lideranças mais inteligentes e mais responsáveis perceberam há um bom tempo que é preciso, ao mesmo tempo, priorizar a vida e priorizar a economia no enfrentamento da Pandemia da Covid-19.
Até mesmo para o cidadão com conhecimento médio, está claro que o abalo na economia, na atividade comercial, industrial e no emprego é um dado certo, seja durante, seja após a pandemia de Covid-19.
Acontece que até mesmo o cidadão com conhecimento médio sabe que a economia, a atividade comercial, industrial e a taxa de emprego mesmo quando mortalmente atingidas, podem ser recuperadas. Vidas, não!
No momento onde cresce em Ribeirão Preto o número de infectados e de mortes, não faz sentindo algum querer dividir a sociedade.
As gerações de líderes que ergueram material e representativamente a referida e prestigiada associação comercial e industrial compreendiam a importância da eficiente cooperação entre a iniciativa privada e os servidores públicos, em prol do bem comum, como ocorreu e ocorre em todos os países que conseguiram enfrentar e remover os desafios no caminho do enfrentamento da pandemia e na busca do desenvolvimento duradouro e sustentável.
Ribeirão Preto, 06 de julho de 2020
Diretoria do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis