Cetrem: espaço novo, problemas antigos

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Há dois anos a Central de Triagem e Encaminhamento ao Migrante, Itinerante e Morador de Rua (Cetrem) mudou de lugar, saiu do antigo local, na rua Pernambuco, nos Campos Elíseos e foi para um lugar maior, no Jardim Salgado Filho I. Porém, espaço novo, problemas antigos. O Sindicato dos Servidores Municipais esteve por lá na manhã desta terça-feira (11) e conversou com trabalhadores sobre os problemas que variam desde a falta de funcionários até a carência em segurança.

São pelo menos 100 pessoas sendo acolhidas diariamente e a primeira dificuldade para os servidores é o número de funcionários para realizar o atendimento, principalmente educadores. “Na Cetrem o problema da falta de servidores é bastante grave, não se pode deixar um equipamento desse tamanho e complexidade sem atenção. O trabalho lá realizado é importante e pede uma equipe multidisciplinar completa e a postos”, explica o coordenador da Seccional da Semas, Israel Marchiori. “Outra questão é, se faz necessário encontrar uma forma de estabelecer a tipificação do serviço, principalmente no caso do educador, para que ele possa, de fato, exercer a função dele e dar a devida atenção a cada indivíduo que por ali passa”, continua.

Hoje muitos dos servidores do equipamento exercem atividades que vão muito além daquelas correspondentes ao cargo que ocupam. Recentemente todos os servidores foram convocados, através de documento assinado pela coordenação do local, a participar de um mutirão de limpeza sob a justificativa de que a organização geral do equipamento depende dos funcionários. “Encontramos na Cetrem uma situação complicada para nossos servidores, condições de trabalho são questões de extrema relevância e que influenciam diretamente no serviço entregue a população. Quanto a isso os trabalhadores lá precisam de atenção e socorro o mais rápido possível”, diz Nelson Barbosa, vice-presidente da entidade.

O espaço também carece de segurança, principalmente no período noturno. Há a determinação de que um guarda civil deve estar no local, mas, segundo contam os trabalhadores, não são todos os dias que a corporação disponibiliza um guarda para ficar no posto de trabalho. “A Cetrem hoje é um lugar extremamente vulnerável e que coloca diariamente em risco servidores e até os usuários. São pessoas de todos os tipos, que chegam até lá nos mais diversos estados físicos e psicológicos, e que o funcionário não conhece e precisa acreditar que só está por l á procurando abrigo”, explica Claudia Torres, diretora do Sindicato.

Em se tratando de segurança, o espaço sofre também com furtos, que em boa parte das vezes são praticados pelos próprios usuários do equipamento. “Servidores relatam que não há iluminação nas áreas comuns por conta do furto de fiação. Já foram levados também lâmpadas, chuveiros, torneiras”, conta Israel. E os problemas parecem não ter fim, “em alguns quartos há colchões e até estrados das camas queimados. E para os servidores falta até internet para trabalhar”, relata.

Para tratar das questões mencionadas pelos trabalhadores o Sindicato já agendou reunião com o secretário da pasta, Guido Desinde Filho. “Nossos servidores são nossa maior preocupação. Quando a Cetrem foi levada para uma área tão afastada o Sindicato alertou a prefeitura sobre os possíveis problemas, hoje a administração arca com as consequências dessa decisão. Ressaltamos que, quando cobramos melhores condições de trabalho para o servidor estamos pensando também no usuário do equipamento, o objetivo é fazer com que o serviço ali oferecido seja cada vez melhor e que o servidor se sinta seguro e respeitado dentro do próprio local de trabalho”, finalizou o presidente da entidade, Laerte Carlos Augusto.

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