Centrais e estudantes saem às ruas em SP para exigir queda dos juros

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A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) esteve ao lado da Força, da UGT, da Nova Central, da CGTB, da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) nesta quarta-feira (7), na Avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra os juros altos do país e o baixo crescimento econômico. O ato foi realizado em frente à sede do Banco Central, na mesma data em que o Comitê de Política Econômica (Copom) irá divulgar a nova taxa, atualmente em 10,5% ao ano.

Todo o ato foi permeado por homenagens ao Dia Internacional da Mulher, a ser comemorado em todo o mundo nesta quinta-feira (8). Além disso, os estudantes e sindicalistas deram grande destaque ao baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2011 (2,7% em relação a 2010), divulgado um dia antes pelo IBGE.

“Não podemos nos conformar com esse PIB de 2011, assim como não podemos ver de braços cruzados esse processo de desindustrialização. Precisamos de uma indústria forte para termos mais empregos e melhores salários”, defendeu o vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana.

O dirigente expôs a opinião da CTB de forma muito clara: “Precisamos combater a política macroeconômica do governo. Nossa luta é pela redução da taxa de juros, mas é também em defesa de um câmbio administrado e do fim do superávit primário”, afirmou, convocando todos os militantes a sair às ruas novamente em 4 de abril, para o ato contra a desindustrialização organizado em São Paulo pelas centrais e por entidades empresariais.

Expectativa

Após o anúncio do baixo crescimento do PIB, a expectativa dos sindicalistas ouvidos pelo Portal CTB é a de que o Banco Central anuncie uma redução de ao menos 0,75% da chamada taxa Selic.

Nesse sentido, o presidente da CTB-SP, Onofre Gonçalves, destacou que somente com juros mais baixos o Brasil terá condições de voltar a crescer. “É a partir de uma política menos conservadora que geraremos mais postos de trabalho. Essa alta taxa de juros é o que temos de mais cruel no país”, afirmou.

Onofre Gonçalves lembrou também que, diante da perspectiva de nova queda nos juros, as centrais e os movimentos sociais precisam ficar em alerta para que essa redução não seja interrompida nos próximos meses. “O sistema financeiro, por meio da imprensa, tem afirmado que a taxa não terá como cair abaixo dos 9,5%. Isso é uma falácia! Os trabalhadores estão aqui porque essa luta vai continuar”, garantiu.

Presença feminina

Diversas líderes estudantis e do movimento sindical também se manifestaram ao longo do ato na Paulista. Manuela Braga, presidenta da Ubes, lembrou que “o Brasil só tem hoje condições de se tornar um país mais desenvolvido por causa daqueles que historicamente foram às ruas lutar por mudanças”.

Outras dirigentes destacaram a necessidade de uma maior e mais justa participação feminina no mercado de trabalho. Houve também um chamado para a manifestação que as centrais sindicais farão nesta quinta-feira, por conta do Dia Internacional da Mulher. Diante da data especial, elas se adiantaram dizendo que uma considerável queda na taxa de juros, nesta quarta-feira, seria um belo presente para dar início às comemorações.

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