O desafio do novo clima

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Valdir Avelino – Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis
presidencia@municipais.org.br  
 
Ribeirão Preto e todos os municípios vizinhos voltam a sofrer com a pior onda de calor dos últimos anos. Além dos dias escaldantes com marcas de 37ºC a 44ºC, passamos a conviver com uma nuvem constante de fumaça que encobre as cidades, que tem origem em queimadas em locais próximos. Há dias que, além da fumaça, o fluxo de ventos também tem transportado fuligem e calor de incêndios florestais para dentro de nossas casas. O clima seco dificulta a dissipação da fumaça e elevado o risco de inúmeras doenças respiratórias. Todos sofremos, todos perdemos com a continuidade dessa situação.  
 
É preciso destacar que, num cenário tão complicado assim, Ribeirão Preto deveria ser um dos primeiros municípios a responder ao desafio das mudanças climáticas. Diante desse quadro em que todos sofremos, é importante traçarmos como deve se articular o nosso Município em nível local. Mas, infelizmente, não temos dado qualquer resposta positiva ou, ao menos, efetiva para acompanhar essa situação de calamidade que se abate sobre a maioria do território brasileiro.  
 
Não podemos esquecer que na França, num só ano, morreram cerca de 15 mil pessoas atingidas por ondas de calor. Desde aquele fatídico 2003, o país desenvolveu políticas públicas variadas direcionadas a proteção do bem-estar da sua população mais vulnerável. É por isso que penso que falta um debate mais aprofundado sobre a necessidade de expansão e de proteção das nossas áreas verdes. Não a apenas grandes parques, que são indispensáveis, mas também pequenos núcleos e árvores nas ruas e avenidas que, além de criar ambientes mais agradáveis para todos os que aqui moram e trabalham, também contribuem diretamente para o conforto térmico e melhor drenagem do solo. 
 
Nossa cidade é, ao mesmo tempo, agente e vítima das mudanças climáticas. Daí também precisamos adotar responsavelmente ações focadas na mitigação dos efeitos do aquecimento, da secura do ar com a falta de chuvas e das queimadas. O fortalecimento e a valorização do papel do serviço público municipal representam a chave para enfrentarmos esses dois desafios. Os nossos servidores têm capacidade, disposição e muita competência para ajudar a construir e efetivar políticas públicas realistas e inteligentes para que todos possamos viver no novo clima. 
 

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