Uma vistoria do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto ao Museu do Café em abril do ano passado já havia constatado o risco de desabamento do teto que estava visivelmente comprometido com a quantidade de infiltrações. No último sábado, 05, parte do forro de madeira desabou em uma das salas do museu, ninguém ficou ferido. O teto que caiu, por muito pouco não atingiu um piano do século XIV exposto no museu. O museu está interditado desde o acidente e não existe previsão para o retorno das atividades. Acompanhe aqui a matéria do sindicato que denunciou os problemas do Museu.
O próprio Diretor do Museu, Daniel Basso, que também fez parte do grupo que percorreu o local, disse que um dos problemas eram as inúmeras telhas quebradas que permitiam a entrada da água da chuva. Segundo o diretor, em época de chuva o museu era fechado por que era impossível manter as visitações com tantas goteiras.
Na época da vistoria da entidade, a convite da própria Coordenadora da Cultura, Cláudia Torres, o então secretário de cultura, Alessandro Maraca, também acompanhou a inspeção do sindicato e admitiu que o prédio precisava ser reformado de imediato e, em entrevista a TV Atuante, disse que usaria uma pequena verba do fundo municipal para fazer os reparos mais urgentes e que para o restante das obras necessárias, segundo ele, seria feito uma tentativa de parcerias com a iniciativa privada, uma vez que, ainda de acordo com o ex-secretário, não havia verba federal, estadual ou municipal para arcar com a despesas das obras de revitalização do museu.
Maraca permaneceu no cargo até a manhã de hoje, 07, e deixa a pasta sem cumprir o que prometeu em relação ao museu do café. A prefeita Dárcy Vera anunciou sua saída e, a partir de agora, quem assume interinamente o cargo é o Secretário de Educação, Ângelo Invernizzi Lopes, que já começa com este grande problema nas mãos.
Para o Diretor do Departamento de Segurança e Medicina do Trabalho, Gaspar Marcelino, é comum o sindicato fazer vistorias desse tipo, sempre prezando pela segurança dos servidores e usuários. “O departamento está sempre atento às condições de trabalho do servidor. Quando fazemos uma visita e constatamos qualquer risco às pessoas emitimos um laudo técnico com o parecer do departamento e cobramos solução o quanto antes para evitar uma tragédia”, disse Gaspar.
O presidente do sindicato, Wagner Rodrigues, lamentou o desabamento no museu do café e questionou a maneira como os centros culturais estão sendo tratados em Ribeirão. “É uma pena vermos que um centro histórico com a importância do Museu do Café está se deteriorando e pouco se faz para evitar o seu desabamento total. Nossa equipe esteve no local o ano passado, mostrou pessoalmente ao governo que era preciso reformar o museu com urgência, mas a gente percebe que não houve a mesma preocupação por parte da gestão municipal. É lamentável, felizmente nenhum visitante ou servidor se machucou nesse acidente, do contrário, seria mais uma vítima na conta do governo”, completou Wagner.