A Diretoria Atuante visitou duas escolas municipais na zona norte da cidade. A EMEI Professor Miguel Mussi e a EMEF Sebastião de Aguiar Azevedo. Os locais foram visitados porque trabalhadores da área da Educação, pais de alunos e toda a diretoria do SSM-RP – Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto – estão preocupados com a insegurança. Recentemente, as duas unidades sofreram com ações de violência. Na unidade de educação infantil, uma das salas foi arrombada durante a noite e diversos materiais escolares foram furtados. Na escola de ensino fundamental o prejuízo foi ainda maior, praticamente todos os materiais eletrônicos foram levados por criminosos ainda não identificados. Na mesma escola, uma professora chegou a ser abordada por bandidos armados na entrada do estacionamento, eles queriam a bolsa da trabalhadora, mas ela pediu por socorro e os bandidos fugiram sem levar nada.
Em fevereiro deste ano aproximadamente 140 porteiros que atuavam nas escolas foram demitidos pela prefeitura. O motivo seria a rescisão de contrato com a empresa prestadora do serviço, segundo funcionários das escolas esses porteiros atuavam também como vigias e inibiam a ação de bandidos. Depois da saída deles a situação só piorou, dizem os trabalhadores.
Para o vice-presidente, Laerte Carlos Augusto, que fez parte da equipe que visitou as escolas, o sentimento de insegurança que toma conta dos trabalhadores é inadmissível. “Saímos às ruas, hoje, para acompanhar de perto o que estes trabalhadores estão passando. É uma violação inaceitável. Você chega de manhã para trabalhar e, de repente, encontra o seu ambiente profissional todo revirado, portas arrombadas e percebe que vários produtos foram levados, é um sentimento de impotência. Por isso estamos fazendo esse trabalho e levaremos tudo que os servidores nos disseram ao conhecimento da Secretaria da Educação. Cobraremos do governo que algo seja feito com urgência”, ressalta Laerte. O vice-presidente já marcou uma reunião com a Secretária Débora Vendramini para discutir o problema e encontrar uma solução que devolva a tranquilidade nessas escolas. O encontro acontece nesta quinta-feira 13.
Falta de sossego também para os pais de alunos que organizaram uma reunião entre eles na esperança de contribuir com a solução do problema. A manicure Gleide Suzane da Silva tem um filho de 7 anos que estuda na escola de ensino fundamental onde bandidos armados abordaram uma professora, ela organiza com os pais um abaixo assinado pedindo mais segurança nas escolas. “Meu filho me falou: mamãe, a arma mata e eu não quero morrer eu quero estudar” lembrando o que o filho disse no dia da tentativa de assalto.
A dona de casa Sandra Pandochi tem um filho de 11 anos e uma neta de 9 que estudam na mesma escola. Para ela, é difícil esquecer o que as crianças passaram naquele dia. “Eles contaram que a professora que estava sendo assaltada colocou a mão na buzina e todos correram para a janela. Foi aí que perceberam o assalto, os alunos ficaram apavorados. As professoras trancaram as portas pra eles [assaltantes] não entrarem na escola, uma professora falou que era para todo mundo correr para o fundo da classe, meu filho nem quis vir para a escola hoje, está com medo”, disse ela.
O Diretor da Seccional da Educação, Geovani Martins de Souza, apoia a iniciativa dos pais e, inclusive, visitou algumas escolas para conversar com eles e com a diretoria para unir forças. “Todos os lados estão se esforçando para acabar com essa onda de assaltos e furtos em nossas escolas. Esperamos que o governo faça a parte dele também”, disse Geovani que ainda lembrou da falta de cuidados com os terrenos baldios que ficam ao redor das escolas .
Além dos cuidados com a limpeza dos terrenos próximos, para os trabalhadores também existem outras medidas que podem coibir a ação desses marginais. Eles pedem, por exemplo, a instalação de cercas concertinas, uma espécie de arame farpado, em todos os muros das escolas. Outra medida seria a contratação de um vigia que fique por 24 horas na unidade escolar. As duas escolas visitadas pela diretoria não são as únicas que sofrem com a falta de segurança, por isso, as visitas irão se estender ao longo da semana para que um levantamento completo do SSM-RP seja passado ao governo municipal. No ano passado, dezenas de escolas foram furtadas no município.