G20 vê melhora na situação econômica mas crise ainda continua

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O G20 informou, nesta sexta-feira, que a economia mundial está melhorando, mas que ainda é muito cedo para declarar o fim da crise num momento em que os mercados emergentes enfrentam crescente volatilidade. Líderes do G20 – que reúne as principais economias do mundo, representa 90% da economia mundial e dois terços de sua população – reconheceram os problemas enfrentados por emergentes, mas disseram que cabe a eles colocar as próprias casas em ordem.
A perspectiva de que o Federal Reserve poderá diminuir sua política monetária expansionista já neste mês trouxe fortes turbulências para algumas economias emergentes. Os integrantes do G20tiveram dificuldades para encontrar um terreno comum sobre os efeitos desencadeados pela perspectiva de os Estados Unidos reduzirem a sua impressão mensal de dinheiro. Comunicado emitido no fim da cúpula de dois dias em São Petersburgo, na Rússia, trouxe comentários sobre a economia mundial praticamente em linha com os que foram divulgados após encontro de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais em julho, em Moscou, exigindo que as mudanças na política monetária devem ser “cuidadosamente calibradas e claramente comunicadas”.
Após a divulgação do comunicado, os mercados financeiros se fixaram no relatório mensal de empregos nos EUA, que veio mais fraco do que o esperado, o que complica a decisão do Fed sobre a possibilidade de reduzir seu estímulo monetário neste mês. As exigências lideradas pela Alemanha de metas obrigatórias para ampliar os objetivos de redução de dívida definidas em cúpula sediada pelo Canadá em 2010 ficaram para trás, uma vez que o foco mudou firmemente para a promoção do crescimento. “Estratégias fiscais de médio prazo . serão implementadas de forma flexível para levar em conta as condições econômicas de curto prazo, de modo a apoiar o crescimento econômico e a criação de emprego, ao mesmo tempo colocando a dívida como proporção do PIB em um caminho sustentável”, disse o comunicado da reunião.

Quantitative easing

Em linha com as preocupações do G20, os EUA avaliam o atual quadro econômico. O crescimento de empregos nos Estados Unidos foi menor que o esperado em agosto e a taxa de desemprego caiu para a mínima em 4 anos e meio à medida que os trabalhadores desistiram de procurar trabalho, complicando a decisão do Federal Reserve sobre reduzir ou não seu estímulo monetário ainda neste mês.
Os postos de trabalho fora do setor agrícola aumentaram em 169 mil no mês passado, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira, somando-se às indicações de que o crescimento econômico do terceiro trimestre pode ter desacelerado um pouco. A taxa de desemprego caiu para 7,3%, menor nível desde dezembro de 2008.
Os mercados financeiros dos Estados Unidos receberam o relatório fraco em geral como uma indicação de que é menos provável que o Fed faça um anúncio sobre o futuro de seu programa de compra de títulos na reunião neste mês. – Até mesmo o Federal Reserve concluiria que a tendência do nível de emprego é de moderação e por essa razão sozinha eles provavelmente pensarão duas vezes sobre a redução das compras de títulos neste mês – disse o conselheiro sênior Cary Leahey, da Decision Economics em Nova York.
Economistas consultados pela agência inglesa de notícias Reuters esperavam que houvesse aumento de 180 mil empregos no mês passado e que a taxa de desemprego ficasse inalterada em 7,4%. Não só as contratações foram menores que o esperado no mês passado, como a criação de vagas de junho e julho foi revisada para mostrar 74 mil empregos a menos do que divulgado anteriormente. Além disso, a taxa de participação – a porcentagem dos norte-americanos em idade para trabalhar que têm um emprego ou estão procurando por um – caiu para o nível mais baixo desde agosto de 1978. O relatório de empregos será analisado minuciosamente pelas autoridades do banco central norte-americano em sua reunião de 17 e 18 de setembro.
A ampla expectativa vinha sendo de que o Fed fizesse um anúncio sobre o futuro de seu programa de US$ 85 bilhões em compras mensais de títulos nesta reunião. As autoridades do Fed têm deixado claro que irão basear a decisão no progresso que o mercado de trabalho vem fazendo desde que anunciaram a terceira rodada do “quantitative easing” (como é conhecido o programa de estímulo) há um ano. Quando eles iniciaram o programa, estavam diante de uma taxa de desemprego que estava em 8,1%. O relatório de empregos sugeriu que a economia está enfrentando dificuldades para recuperar força, depois de ter vacilado no início do terceiro trimestre. Os gastos do consumidor, as construções de moradias, as vendas de novas moradias, as encomendas de bens duráveis e a produção industrial, todos se enfraqueceram em julho. O relatório de empregos vai na contramão de outros dados que mostraram sinais de melhora nas condições do mercado de trabalho. O número de norte-americanos que solicitaram novos pedidos de auxílio desemprego está perto das mínimas em cinco anos.
Uma medida de emprego do setor de serviços divulgada na quinta-feira atingiu máxima em seis meses em agosto. Outros detalhes do relatório de emprego foram mistos, com recuperação no salário médio por hora e na duração da semana média de trabalho, que havia diminuído em julho. O salário médio por hora subiu US$ 0,05. A duração da semana de trabalho se recuperou para uma média de 34,5 horas ante mínima de seis meses de 34,4 horas em julho.
Fonte: Correio do Brasil

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