Por que isso não foi feito antes?- questiona o Sindicato dos Servidores Municipais, afirmando que os cuidados contra o mosquito da dengue devem ocorrer com força máxima durante o ano inteiro.
Há mais de um ano o Sindicato dos Servidores Municipais tem alertado o secretário municipal da Saúde, Stênio Miranda, da importância de reforçar e aumentar as equipes que realizam o trabalho de campo no combate ao mosquito que anda por aí transmitindo, além da dengue e a febre chikungunya, a febre Zika, responsável por centenas de casos de microcefalia em todo o país. A calamidade causada pela dengue em Ribeirão Preto é o preço pago pela negligência do atual secretário em relação ao Aedes aegypti, que não atendeu ao pedido do Sindicato quando ainda podia evitar o surgimento de uma epidemia da doença na cidade.
Hoje, o governo corre agora atrás do prejuízo por ter subestimado a dengue e permitir que mosquito transmissor infestasse a cidade. Com os casos de dengue superlotando os postos de saúde e o fantasma do zika assombrando o país, o governo municipal anunciou a contratação de mais agentes de controle de endemias. Ao todo serão chamados mais 100 novos profissionais para o combate aos criadouros do mosquito.
A entidade que representa os trabalhadores do serviço público municipal também questionou a Secretaria da Saúde sobre a eficácia da aplicação de veneno no período da tarde com altas temperaturas.
” Com o aumento do número de agentes e com a valorização do diálogo com os nossos servidores teríamos minimizado o problema da dengue. Estamos cobrando um ambiente de diálogo e a contratação de novos servidores há muito tempo. É deficitário o número de agentes. A cidade aumentou muito nos últimos anos e as contratações não acompanharam este crescimento. A calamidade causada pelo vírus é o alto preço que a cidade paga por um erro perfeitamente evitável de quem administra a saúde: negligenciar a dengue e permitir que o Aedes aegypti infestasse Ribeirão Preto toda. Mais uma vez a omissão de um secretário coloca em risco a vida e a saúde de milhares de pessoas”, salienta o presidente do Sindicato, Wagner Rodrigues.
De acordo com o que foi apurado pelo Sindicato, a nebulização com temperaturas altas diminui a eficácia do veneno.
“Outro fato é que o Sindicato, através de seu departamento de Segurança e Medicina do Trabalho, já fez várias orientações à Secretaria da Saúde com relação a aplicação do veneno. A eficácia do veneno em dias muito quentes é reduzida. Portanto, fazer o trabalho de nebulização no período da tarde, quando as temperaturas são altíssimas em Ribeirão, acaba comprometendo o trabalho. No ano passado a dengue só esteve controlada na cidade porque não choveu. Uma cidade como Ribeirão não pode depender de condições climáticas para garantir a saúde de seu povo. Precisamos de uma gestão eficiente em saúde, o que está longe de termos em nosso município”, finaliza Wagner Rodrigues.
Foto feita durante fiscalização do Departamento de Segurança e Medicina do Trabalho do Sindicato dos Servidores aos equipamentos utilizados pelos trabalhadores.