CSPB: uma vida na luta de classes

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A fundação da CSPB – Confederação dos Servidores Públicos do Brasil, em 1958, foi uma aposta no futuro. Organizar os trabalhadores e trabalhadoras no Brasil, um país de dimensões continentais, multicultural e com fortes contrastes sociais, não seria uma tarefa fácil.
Imagina como foi travar discussões, negociações e tentativas de acordos num mundo que não era nem de paz, nem de prosperidade. Ao contrário, era um mundo de crise e de guerras. A CSPB, desde o início, demonstrou grande visão e capacidade de se antecipar as exigências da luta de classes em nosso país. Quando o Brasil e o mundo pareciam um beco sem saída ou à beira do abismo de uma crise por muitos considerada insuperável; com ânimo e ousadia, os trabalhadores e trabalhadoras do serviço público mostraram independência de classe e de visão ao fundar a CSPB.
Imagina como foi viver as tempestades políticas que foram travadas durante décadas. Tivemos destituição de presidentes, exílios, governo militar, Diretas Já, Constituinte, direito da criação de sindicatos de servidores públicos, neoliberalismo e privatizações, governos pós-liberais e de sentido popular. Enfim, tantas efervescências da política que afetaram e ainda afetam diretamente a organização dos servidores públicos.
Imagina como foi lutar nesse cenário político nacional e observar que as normas que defendem os trabalhadores, aprovadas pela Organização Internacional do Trabalho, pouco valem em nosso país. Afinal, por aqui ainda não existe um planejamento de gestão pública reconhecendo os direitos dos servidores públicos.
Imagina como foi construir um consenso através das divergências sobre a unidade dos servidores públicos, seja ele federal, estadual e municipal, respeitando seus objetivos e seus paradigmas. E considerar sua história cultural sobre o prisma da construção do serviço público local.
Imagina como foi importante e classista a iniciativa de sempre aguçar nosso estado fraterno e solidário com nossos trabalhadores públicos de nossos países vizinhos e ver que os problemas e os anseios não são exclusividade do povo brasileiro.
Imagine que desde o dia 29 de agosto de 1958 um grupo de servidores públicos, que pela luta de classe desses trabalhadores, iniciou uma organização sindical através de uma confederação, e hoje, ao completar 55 anos de vida, o olhar para trás, nos dá a certeza de que essa luta construiu uma parte da história de nossa humanidade, pois assim afirmou Marx que “a história de toda a sociedade até os dias de hoje é a história da luta de classe”.
A CSPB – Confederação dos Servidores Públicos do Brasil – dispõe a travar a defesa dos servidores públicos exatamente há 55 anos. Se a sua fundação, como dissemos, foi uma aposta no futuro, construímos hoje os passos mais significativos do futuro na nossa aposta. Com muita capacidade em organizar a categoria dos servidores públicos sem distinção de esfera, sabemos que a luta está apenas começando, pois a busca integral dos direitos trabalhistas e do direito social democrático depende dessa nova geração de dirigentes e sindicalistas comprometidos com a classe trabalhadora.

Wagner Rodrigues
wagner.rodrigues65@gmail.com
Presidente Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis
Diretor Nacional de Assuntos Municipais da CSPB – Confederação dos Servidores Públicos do Brasil

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