Coronavírus: Médico do Samu de SP morre após a contaminação

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Sindicato cobra EPIs e critica Governo Nogueira por falta de compromisso com a valorização do servidor municipal

 

O médico socorrista Paulo Fernando Moreira Palazzo, 56 anos, morreu neste domingo (5), em decorrência da contaminação pelo coronavírus. Paulo trabalhava atualmente no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) da capital paulista e, segundo amigos, começou a sentir sintomas da Covid-19 há pouco mais de duas semanas.

Formado pela Escola Paulista de Medicina, Palazzo era clínico e hematologista.  O médico começou sua trajetória como balconista, trabalhando por oito anos na abertura de fichas de pacientes no pronto-socorro da unidade.

Paulo estudava à noite, trabalhava de dia até que seu sonho de tornar-se médico e da família EPM tornou-se realidade. Trabalhou durante toda sua carreira na linha de frente como plantonista e preceptor no pronto-socorro do Hospital São Paulo. Era humano e preocupava-se principalmente com aqueles menos favorecidos.

 

Palmas não irão confortar essa família, lamenta o presidente do Sindicato

“Enquanto o presidente da República considera o Covid-19 uma gripezinha, temos servidores municipais morrendo infectados por falta de EPIs, de condições de dignas de trabalho e de efetiva valorização profissional. O médico socorrista do SAMU da Capital deixa dois filhos. Palmas apenas não irão confortar essa família” – disse em entrevista o presidente do nosso Sindicato, Laerte Carlos Augusto.

Assim que tomou conhecimento da morte do médico socorrista, , Laerte determinou a elevação do nível de cobrança e ações do Sindicato. Laerte não descarta paralisações da categoria em defesa da vida e da dignidade profissional.

“Não devemos e nem podemos trabalhar sem EPIs. Com a Constituição a saúde torna-se um direito fundamental do cidadão (art. 196), e a paralisação surge como um direito instrumental dos trabalhadores (art. 9º) para assegurar este direito constitucional” observou o presidente do Sindicato.

Laerte explica que o parágrafo 2º do artigo 229 da Constituição do Estado de São Paulo garante a todo o empregado ou servidor público, em condições de risco grave ou iminente no local de trabalho, interromper suas atividades, sem prejuízo de quaisquer direitos, até a eliminação do risco.

O presidente disse ainda que “é lamentável que o Governo Municipal faça lives em cima de lives sobre o Coronavírus se apresentando tão atento e esforçado, mas na prática atua preso em lógicas fiscais já superadas e com uma visão antiquada sobre o funcionalismo público”.

Segundo o presidente do Sindicato, o discurso e a prática precisam estar sempre lado a lado, porém, o discurso de valorização de respeito ao servidor público por parte do Governo tem sido apenas da boca para fora.

“Toda a sociedade sabe que o servidor é o pilar da gestão pública, mas o Governo Municipal insiste em ter principal diretriz a desvalorização do funcionalismo”, explica Laerte.

Laerte explica que “está havendo um esforço da grande mídia e dos governos em manter o servidor satisfeito com a missão de atender as demandas da sociedade com palmas de agradecimento”.

“As manifestações públicas de reconhecimento pela sociedade tem o seu lado bom. Mas o compromisso com a valorização efetiva do servidor público, por parte dos governantes e da sociedade, tem que ir além das palmas, tem que chegar no bolso e na garantia de condições dignas e seguras de trabalho. Essa é a cobrança do Sindicato” afirmou o presidente do Sindicato.

 

Clique no link e confira a orientação do Sindicato em caso de falta de EPIs.

 

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