Contra terceirização: Trabalhadores do Daerp cruzam os braços

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Os trabalhadores do Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Daerp), da rua Pernambuco, cruzaram os braços por mais de três horas na manhã de sexta-feira, dia 8 de março. O manifesto dos servidores ocorreu por conta das terceirizações que estão sendo implantadas na autarquia.
A gota “d’água” que gerou a revolta dos trabalhadores do setor operacional do Daerp foi a chegada de um motorista terceirizado para cobrir férias de um servidor efetivo. Revoltados com a presença do motorista terceirizado, os trabalhadores do Daerp fecharam o portão da entrada principal do prédio, não permitindo a saída e entrada de nenhum veículo. Os servidores cobravam a presença de membros do governo para discutir a situação. A hipótese de fazer uma passeata até o Palácio Rio Branco também foi levantada. “Queremos saber do governo por que existe dinheiro para contratar uma empresa terceirizada e não tem verba para investir em equipamentos e condições de trabalho”, falou um servidor que participou do movimento. O secretário de governo, Jamil Albuquerque, foi até o local para conversar com os trabalhadores. A reunião foi conduzida pelo Sindicato dos Servidores, que pôde colocar para o representante da administração a dura situação dos servidores da autarquia. Os trabalhadores também puderam expor as dificuldades encontradas no dia a dia.
“As condições de trabalho dos servidores do Daerp são muito precárias, faltam equipamentos básicos para a realização dos serviços. Sem dizer que os trabalhadores correm riscos diários, pois não existe um mapa mostrando onde passam as tubulações de gás subterrâneas. Será que estão esperando acontecer um acidente maior do que aquele incêndio na boate em Santa Maria, no rio Grande do Sul? Tem que se tomar uma providência imediata”, disse o presidente do Sindicato, Wagner Rodrigues.
“A maioria dos veículos está em péssima condição. São caminhões com rodas velhas, com vazamento de óleo, com o assoalho podre. Sem falar que os trabalhadores têm de dividir os espaços nos veículos com as ferramentas de trabalho, colocando em risco sua integridade física”, comentou o coordenador da Seccional do Daerp, Jorge Ferreira “Radim”.
A paralisação chegou ao final depois que o secretário Jamil Albuquerque foi levado pelo Sindicato e pelos trabalhadores para conhecer de perto os problemas estruturais da autarquia.
“Mostramos para o secretário que a realidade do Daerp é muito complicada, e que tem de ser feito um grande investimento neste local de trabalho. Investimentos em contratação, através de concurso público, e em condições de trabalho”, ressaltou o vice-presidente do sindicato, Laerte Carlos Augusto.
Ficou marcado para segunda-feira, 11 de março, às 9 horas, uma reunião entre membros do governo e uma comissão formada por trabalhadores e Sindicato para voltar a discutir o assunto.

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