Ribeirão em chamas

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Ribeirão Preto vive há quase uma semana uma onda de calor “excepcional e perigosa”, conforme definição de agência especial da ONU para a questão climática. Os estudos apontam que, infelizmente, no futuro veremos mais doenças e mortes relacionadas a alta temperatura, que não para de subir.  
 
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU (Organização das Nações Unidas) especializada na questão climática, tem afirmado que ondas de calor como a que estamos enfrentando serão cada vez mais frequentes e intensas. Segundo a agência, as ondas de calor intenso devem aumentar em frequência, intensidade e duração. 
 
Em Ribeirão Preto essas temperaturas altíssimas estão impactando muito a saúde e a natureza já precária de muitas profissões. Em todo país estão sendo registradas doenças relacionadas ao calor, como insolação e exaustão. Essas doenças do calor excessivo produzem sintomas graves e podem ser fatais, especialmente para aqueles com doenças cardíacas e problemas renais, os que sofrem com diabetes e as grávidas. 
 
No serviço público municipal, sobretudo em atividades a céu aberto ou sem ventilação adequada, o calor percebido é geralmente vários graus mais alto do que a temperatura observada, e dá uma leitura mais precisa de como afeta as pessoas. Nossa cidade se transformou numa fornalha. E mesmo assim, um contingente muito grande dos nossos servidores trabalha junto à população mais vulnerável da sociedade, aqueles cidadãos sem acesso adequado a sistemas de refrigeração e moradia, com empregos precários expostos a condições extremamente quentes. 
 
Em 2023, o planeta já bateu – por dias consecutivos – o recorde de temperatura média. De acordo com a OMM, a onda de calor não está perto de acabar. É por isso que, à frente do Sindicato dos Servidores Municipais /RPGP,  estou cobrando intensamente do governo municipal que adote imediatamente medidas efetivas para proteger os nossos trabalhadores que estão sob risco mais elevado de doença e morte durante a permanência das altas temperaturas. É preciso adotar políticas imediatas de proteção à saúde e a vida dos nossos trabalhadores, com o objetivo de tornar mais brando os efeitos do aquecimento sem precedentes que vivemos.  
 
Infelizmente, não por falta de cobrança ou alertas consistentes, o governo municipal ainda não compreendeu a importância de adotar planos integrados que contemplem todos os riscos associados e incluam programas de atuação adequados e atualizados para combater as ondas de calor.  No momento em que era preciso ter as coisas prontas para quando algo acontecesse, as autoridades não adotaram medidas efetivas. Essa temperatura extrema e continuamente alta, com sensação térmica que ultrapassa os 50 ºC em nossa cidade, exige que o governo atenda uma série de reivindicações já apresentadas pela diretoria do nosso Sindicato, implementando medidas efetivas urgentes de proteção da saúde, da integridade física e da vida dos nossos servidores, para que eles possam permanecer garantindo o atendimento das necessidades básicas e inadiáveis da nossa população. 

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