O Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto e Guatapará esteve na manhã de sexta-feira, dia 7 de outubro, na Unidade de Básica de Saúde do Jardim Paiva e pôde constatar as diversas irregularidades na farmácia que está sendo montada, precariamente, dentro de um container.
Na visita os diretores do Sindicato ficaram indignados com tantas irregularidades que vão desde o espaço reduzido, a falta de ventilação, a falta de cobertura adequada ao container, até à forma em que os medicamentos serão guardados quando o local estiver em funcionamento.
“Não posso acreditar que a Vigilância Sanitária vai liberar o funcionamento desta farmácia, se é que esse local pode ser chamado de farmácia. A Vigilância é tão rigorosa com as farmácias de Ribeirão que eu não acredito que vá agir diferente neste caso, apenas porque esta é da prefeitura”, diz o diretor do Sindicato, Aldeir Ceará.
O Sindicato ainda questiona a forma em que os medicamentos serão acondicionados no local. “Durante a semana ainda teremos servidores tomando conta da medicação, mas, e aos finais de semana, quando a Unidade estiver fechada, quem garante que o ar-condicionado vai funcionar corretamente garantindo a qualidade dos medicamentos. Nossa maior preocupação é que esses medicamentos acondicionados irregularmente sofram alterações e não façam o efeito esperado, ou pior, um efeito colateral que pode complicar ainda mais a saúde do paciente”, diz o presidente do Sindicato, Wagner Rodrigues. Por não possuir nenhuma cobertura os pacientes também terão de esperar no tempo para retirar a medicação. Ao lado da farmácia, em um terreno baldio, também foram encontrados três cavalos e fezes dos animais, o que deixa um mau cheiro nas proximidades de onde os pacientes irão retirar os remédios. De acordo com funcionários da unidade, mais de 100 pacientes passam pelo local todos os dias, pois a UBS atende diversos bairros da região do Jardim Paiva.
Farmácia não vai oferecer condições de trabalho aos servidores.
A Diretoria Atuante também pôde constatar a falta de condições de trabalho que os servidores vão enfrentar na nova farmácia.
“É um local muito apertado, não possui ventilação alguma e, mesmo com o ar-condicionado, os trabalhadores vão sofrer com o calor, pois não existe nenhuma cobertura no container. È impossível trabalhar nestas condições”, afirma o secretário geral do Sindicato, Valdir Avelino.
De acordo com o Sindicato falta planejamento ao governo municipal.
A prefeitura não sabia quando abriu a UBS que teria de atender a população dos bairros daquela região com uma farmácia. Agora não pode fazer da forma que está fazendo, sem respeitar os funcionários e oferecendo um serviço que pode colocar em risco a saúde da população. Vou levar este fato grave ao Conselho Municipal da Saúde”, fala o vice presidente do Sindicato e membro do Conselho Municipal da Saúde de Ribeirão, Laerte Carlos Augusto.
Sindicato quer condições adequadas para abertura da Farmácia
O Sindicato dos Servidores vai exigir da prefeitura condições adequadas para que a farmácia seja aberta na UBS. “Nossa Diretoria entende que o local onde funciona a UBS é um prédio tombado, mas nós também entendemos que abrir uma farmácia nestas condições vai prejudicar os funcionários e vai prejudicar, mais do que ajudar, a população. Queremos que um local adequado seja construído para o funcionamento da farmácia”, diz o presidente da Seccional da Saúde do Sindicato, Noedivaldo Bernardino.
Sindicato também vai cobrar a contratação de Auxiliares de Farmácia
O Sindicato dos Servidores realizou uma assembleia na semana passada com os Auxiliares de Farmácia da rede municipal. Na assembleia ficou decidido com a categoria que o Sindicato e uma comissão formada por trabalhadores vão se reunir com o secretário da Saúde para cobrar a contratação de mais profissionais. Atualmente são 73 Auxiliares de Farmácia para atender a 39 unidades. Segundo os profissionais que participaram da assembleia, devido ao baixo número de servidores, muitos têm de trabalhar em duas farmácias da rede. “Não podemos aceitar que as coisas continuem desta forma. Faltam muitos profissionais e vamos cobrar uma solução do governo”, ressalta o presidente do Sindicato, Wagner Rodrigues.