O setor imobiliário continua otimista em relação à execução do programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”, demonstrando interesse em participar não só da produção para a faixa de renda de três a dez salários mínimos, mas também para o segmento de até três salários mínimos. Isso apesar de considerar que, em quase três meses do pacote, a velocidade de aprovação dos projetos pela Caixa Econômica Federal ficou abaixo da esperada.
“É tudo muito novo, num volume que nunca foi avaliado pela engenharia e pela área jurídica da Caixa. Está havendo uma adaptação da Caixa e dos cartórios aos novos volumes”, afirma o diretor-geral da Living Construtora, empresa da Cyrela Brazil Realty para o segmento econômico, Antonio Guedes.
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, diz não ter dúvidas de que haverá dificuldades operacionais no início da execução do “Minha Casa, Minha Vida”. “Mas a Caixa se comprometeu a reduzir prazos em todas as etapas de análise dos projetos. Esperamos ter 700 mil unidades avaliadas e aprovadas pela Caixa até julho de 2010”, diz Simão, ressaltando que isso não significa que esse volume será erguido até o fim de 2010.
A estimativa da CBIC considera o potencial de 309 mil unidades dos projetos que 11 empresas de maior porte informaram ao governo que produzirão nos moldes do programa e a produção estimada pelas construtoras com foco em habitação social cadastradas na Caixa.
Até 18 de junho, a Caixa recebeu 472 propostas de projetos para o programa, o equivalente a 80.830 unidades. Do total, o banco começou a analisar as 159 que tinham a documentação completa. Segundo a Caixa, 79 foram contratadas – 8 para empreendimentos na faixa de até três salários mínimos e 64 para o segmento de 3 a 10 salários mínimos.
O valor médio das 2.122 unidades contratadas para o segmento de menor renda foi de R$ 37,4 mil, e das 6.749 unidades para a faixa de 3 a 10 mínimos, de R$ 81,6 mil. As contratações por pessoas físicas de imóveis incluídos no pacote somaram 5.625 unidades até 19 de julho, o equivalente a R$ 375,8 milhões.
A Living tem 21 projetos aprovados pela Caixa para venda nos moldes do programa, mas ainda não assinados. Segundo o diretor-geral da Living, os empreendimentos começam a ser vendidos e, até 60 dias depois, o contrato é assinado com a Caixa.
Os 21 projetos se destinam ao segmento de três a dez salários mínimos, no total de 5,5 mil unidades. Para a faixa de até três salários mínimos, a Living comprou um terreno em Guarulhos e outro em Campinas, onde vai construir empreendimentos com preço máximo de R$ 52 mil por unidade.