Lideranças de centrais sindicais, entre elas o presidente da CTB, Adilson Araújo, se reuniram ao longo de toda a manhã desta segunda-feira (9) com representantes do Dieese para debater propostas e alternativas de combate à crise com o intuito de destravar investimentos e garantir a geração de emprego, sobretudo nos setores de petróleo e gás, indústria naval e da construção civil.
Representantes das Centrais Sindicais – Força Sindical, Cut, UGT, Nova Central, CTB e CSB – e do Dieese lançaram o movimento “Recuperar e Fortalecer os Empregos no Brasil – Soluções políticas e institucionais para reativar o setor de petróleo, gás, construção e naval”.
O coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre, afirmou que o encontro focou na elaboração de propostas alternativas que também sirvam para abrir o diálogo com o governo e representantes sindicais, na busca de soluções para o enfrentamento da crise.
Existe uma especial preocupação com a Petrobras que, desde o início da Operação Lava Jato vem sofrendo com o travamento de crédito e a suspensão de negócios, o que tem impacto direto na perda de postos de trabalho na cadeia produtiva do petróleo e gás.
“Do encontro, saiu uma agenda de manifestações em defesa do emprego no setor de petróleo, gás e construção, justamente para enfrentar os efeitos da Operação Lava Jato na cadeia produtiva deste setor, com graves efeitos nos empregos. Os atos vão acontecer nos dias 3/12, na casa de Portugal, em São Paulo, no dia 8/12, no Rio de Janeiro e 9/12 no Congresso Nacional, em Brasília”, informou o vice-presidente da CTB Nivaldo Santana, logo após a reunião na sede do Dieese, em São Paulo.
Segue a íntegra do documento lançado pelas centrais sindicais:
Recuperar e fortalecer os empregos no Brasil – soluções políticas e institucionais para reativar o setor de petróleo, gás, construção e naval
Criar empregos e preservá-los é um dos principais objetivos da economia. A atividade produtiva gera renda e riqueza, bases para a promoção do bem-estar social, da qualidade de vida e, hoje, cada vez mais, da sustentabilidade ambiental.
A crise econômica ameaça severamente esses objetivos, pois milhares de empregos são ceifados em todos os setores. Nesse momento já difícil, impactos das medidas de combate à corrupção paralisam as atividades nos setores de petróleo e gás (Petrobras e fornecedores), naval, de construção e, em cadeia, de todos os setores produtores de insumos e serviços, e contribuem para agravar a situação.
É reconhecido e louvável o grande avanço ocorrido no combate à corrupção, resultante de diversas leis aprovadas nos últimos anos, que deram maior autonomia aos processos de investigação e para a punição de corruptos e corruptores. A efetividade dessa nova estrutura legal e institucional precisa ser apoiada e sustentada pelo poder público e pela sociedade. Os culpados devem ser punidos, com base no efetivo estado de direito.
O país ganha muito com o combate à corrupção, mas é necessário ter clareza e objetividade, pois a luta contra esse problema é longa e complexa, envolvendo muitas questões diferentes. A batalha contra a corrupção deve ser travada por todos, mas o Brasil não pode ser paralisado por isso. Muitos já são os efeitos perversos sobre a atividade econômica, com o travamento de processos produtivos e de investimento público e privado, o que compromete, de maneira irreparável, a sustentação do crescimento do país, gera desemprego, arrocho salarial, inadimplência, crise social, queda no nível de atividade, conformando um ciclo destrutivo do ponto de vista econômico e social.
As empresas atingidas pelas investigações empregam milhares de trabalhadores, que reúnem complexas competências de engenharia e capacidades produtivas, acumuladas durante décadas de investimento em pesquisa, no desenvolvimento de tecnologia e inovação. São empresas de ponta nos segmentos em que atuam, um patrimônio do país.
Consideramos que, a exemplo de outros países que enfrentaram esse mesmo problema, o Brasil precisa ter mecanismos céleres e eficazes de promover a investigação, o julgamento e a punição dos culpados e, ao mesmo tempo, criar instrumentos complementares que permitam aos órgãos responsáveis liberar e viabilizar a atividade das empresas para as finalidades produtivas.
Por isso, a Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, a Central Única dos Trabalhadores – CUT, a Força Sindical- FS, a Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST e a União Geral dos Trabalhadores – UGT estão convocando uma Plenária Sindical Nacional, com o objetivo de reunir prioritariamente os dirigentes sindicais do setor de petróleo e gás, naval, de construção, engenharia, entre outros, para iniciar um grande movimento para recuperar a capacidade produtiva das empresas, retomar os investimentos e revitalizar os empregos.
Portal CTB e informações da RBA