Um esforço necessário e inadiável 

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Por Valdir Avelino – presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis – presidencia@municipais.org.br 

Nesta semana, o Brasil deixou o comando rotativo do Conselho de Segurança da ONU, onde atuou com muito destaque e protagonismo internacional, abandonando o papel de pária e revivendo o papel de uma grande nação. A (re) conquista do respeito internacional e do protagonismo ainda estão em contraste com o tratamento dispensado pelo país aos serviços e aos servidores públicos.  
 
Eu parto da ideia de que um país para ser verdadeiramente rico e desenvolvido, deve, como primeiro passo, trabalhar pelo fortalecimento de suas instituições públicas, únicas possibilitadoras de serviços públicos de qualidade, capazes de atender às necessidades do conjunto da sociedade brasileira. Ou seja, protagonismo internacional depende, em muita medida, de um estado fortalecido, valorizado, eficiente e democrático.  
 
Se o governo do presidente Lula está, de fato, comprometido em proporcionar a entrada do Brasil no cenário internacional como uma nova e pacifica potência mundial, ele deve também se comprometer com a implantação de programas na área da saúde, da assistência social, da educação, da cultura, da infraestrutura, da segurança, do saneamento, entre outros. E a implantação de tais programas depende muitíssimo do empenho e da dedicação dos nossos funcionários públicos. Assim, não há nação com protagonismo internacional sem serviço e servidores públicos valorizados. 
 
Apesar da crescente aceitação geral, inclusive dos meios de comunicação, sobre o inegável papel dos servidores, além dos discursos, são pouquíssimas as práticas de valorização dos nossos trabalhadores. Nos últimos anos, sobretudo em razão da pandemia, o reconhecimento dos servidores públicos popularizou-se entre gestores de diversas matizes políticas.  
 
Mas o fato é que o trabalhador público brasileiro quer mais que um “obrigado por fazer um bom trabalho”. O que os servidores públicos pedem, esperam e merecem, é que os gestores discutam efetivamente mecanismos de reconhecimento e de valorização. Diversos estudos apontam que só há avanço e reconhecimento de parte dos direitos e anseios dos servidores quando sindicatos fortes e organizados conduzem a luta e as reivindicações. 
 
Nunca é demais lembrar que do céu, espontaneamente, só cai a chuva e os raios de sol. Todos os direitos que temos hoje, sejam eles trabalhistas, sociais e até políticos, foram conquistados através de muitas lutas da organização sindical e dos movimentos sociais. Se com sindicato forte, atuante, lutando já é difícil, sem luta é impossível. 
 
Somos todos, testemunhas de que o Brasil fez um esforço heroico na presidência do conselho de segurança da ONU para aprovar medidas pactuadas entre as nações em busca da paz, do diálogo e da preservação da vida. O mesmo esforço feito por lá deve ser adotado cá, seja combatendo estereótipos negativos que desqualificam e desvalorizam a atividade laboral dos nossos trabalhadores, seja priorizando a adoção efetiva de políticas de reconhecimento e de valorização dos servidores públicos. Trata-se, no meu entender, de um esforço necessário e inadiável. 

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