Não é hora de reabrir as escolas

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Valdir Avelino – presidente do Sindicato dos Servidores Municipais/RPGP presidencia@municipais.org.br

Com a transmissão acelerada da variante Ômicron em Ribeirão Preto, com a taxa de ocupação de leitos de UTI e enfermarias para tratamento de covid-19 próxima dos 100%, o governo municipal finge que a pandemia de covid-19 é uma tragédia superada e anuncia a reabertura das escolas municipais para aulas presenciais para amanhã, quinta-feira, dia 03 de fevereiro.

No momento em que o Brasil e o mundo ainda estão dian­te da ameaça de uma nova onda de infecções pelo coronaví­rus (e é extremamente importante que cada indivíduo man­tenha o máximo de cuidado a fim de evitar o pior) o governo municipal dá provas do seu negacionismo. A incompreensão da administração municipal e a sua reiterada negligência, a despeito de todo o conhecimento já produzido sobre o vírus e, principalmente, de toda a dor que o coronavírus já causou, não apenas impressiona, mas também revolta.

Infelizmente, além de lidar com a pandemia, sofremos no Brasil e em Ribeirão Preto com governos negacionistas. Na mesma trilha do negacionismo do governo federal, contrário à exigência de certificado de vacinação para os alunos da rede municipal, o governo Nogueira está contra­riando orientações científicas vindas do governo do esta­do, do seu próprio partido, revelando o seu descaso com as políticas públicas de saúde e com a vida de milhares de pessoas, inclusive crianças.

A variante Ômicron se mostrou avassaladora desde a sua origem e, considerando a elevadíssima taxa de con­tágio na cidade e o completo esgotamento da capacidade hospitalar de Ribeirão Preto, o governo municipal, ao invés de reabrir precipitadamente as escolas, deveria ado­tar medidas de precaução para proteger a saúde e a vida dos ribeirão-pretanos, sobretudo das nossas crianças que encontram-se sem a necessária proteção vacinal completa.

O Sindicato dos Servidores Municipais/RPGP ao longo de 2021 cumpriu o seu papel e através de uma ação coleti­va na Justiça do Trabalho, com o posicionamento favorável do Ministério Público do Estado de São Paulo, do Ministé­rio Público do Trabalho, da CTB e da Federação da catego­ria, garantiu a suspensão das aulas presenciais com a oferta de aulas remotas e híbridas nas escolas municipais, bem como garantiu a maior celeridade na oferta de vacinas para imunizar todos os profissionais da educação. O governo municipal, que na maior parte do tempo posicionou-se contra a medida, volta a insistir no erro da reabertura precipitada das escolas municipais, sabe-se lá por quais razões. Científicas certamente não são!

O nosso sindicato reafirma o compromisso de defesa da vida e da saúde da categoria representada como princípio para a retomada das aulas presenciais. O retorno às esco­las, em meio ao repique da pandemia, deve ocorrer com atenção ao controle sanitário (redução da taxa de contá­gio) e à garantia das condições efetivas de biossegurança, conforme orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde). O governo municipal, a esta altura, sabe o que deveria ser feito e injustificadamente não o faz. Adotare­mos todas as medidas cabíveis para que o governo muni­cipal respeite a ciência, as orientações do próprio governo estadual, os trabalhadores do serviço público, os pais e os alunos das escolas municipais e os próprios acordos assi­nados e homologados judicialmente.

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