Basta de feminicídio. Queremos as mulheres vivas


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Valdir Avelino *

presidencia@municipais.org.br

Com o tema destacado no título deste artigo, milhares de mulheres e homens ocuparam ruas e praças em todo o país nos últimos dias para exigir ações concretas do Estado diante do aumento da violência de gênero. A mobilização nacional Mulheres Vivas denunciou a escalada dos feminicídios no Brasil e transformou a indignação coletiva em um ato político potente e inadiável.

A violência contra a mulher atravessa lares, ambientes de trabalho e relações sociais. Não é um drama isolado: é um fenômeno estrutural que se alimenta do machismo, da desigualdade e das omissões do poder público. Enfrentá-lo é um dever de toda sociedade, e a história do nosso país mostra que nada se conquista sem luta — especialmente quando o que está em jogo é a vida, a dignidade e o direito de existir sem medo.

A atuação do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis tem reiterado nosso compromisso histórico com a luta das mulheres e com a defesa de políticas públicas capazes de garantir proteção, dignidade e vida.

Os números que chegam de todo o país reforçam a urgência dessa mobilização: só em 2024, o Brasil registrou 1.459 feminicídios — quase quatro mulheres assassinadas por dia — e, em 2025, o país já ultrapassou 1.180 casos.

O Mapa Nacional da Violência de Gênero estima que 3,7 milhões de brasileiras sofreram violência doméstica no último ano, enquanto o Ligue 180 atende cerca de 3 mil ocorrências diárias. Esses dados, somados às mortes recentes que chocaram o país, evidenciam que a violência de gênero é uma pandemia silenciosa que exige resposta imediata, firme e permanente do Estado e da sociedade.

A defesa da mulher por parte do nosso Sindicato não nasce apenas do compromisso político, mas está consagrada nas próprias bases que sustentam nossa organização.

Nosso estatuto afirma, de maneira inequívoca e inegociável, a igualdade de gênero entre associados e associadas, deixando claro que a luta por direitos só alcança seu sentido pleno quando reconhece a centralidade das mulheres na vida sindical e social. É por força desse princípio que mantemos uma direção com paridade entre mulheres e homens.

E instituímos em nossa gestão uma Diretoria da Mulher robusta e profundamente atuante, incumbida de formular políticas próprias, promover debates qualificados, preservar e atualizar acervos legislativos, articular campanhas com entidades parceiras e pugnar, com firmeza e constância, pela emancipação plena da mulher na sociedade brasileira.

Ao ver as ruas ocupadas por tantas vozes que dizem “basta!”, reforçamos nossa certeza de que a luta contra o feminicídio e em defesa da vida das mulheres exige mobilização constante e coragem coletiva. Cada mulher que perdeu a vida, cada família despedaçada, cada servidora que convive com o medo nos convoca a agir sem hesitação.

A direção da nossa entidade seguirá presente em todos os espaços de debate e pressão institucional, defendendo políticas permanentes de enfrentamento à violência e reafirmando que proteger as mulheres é proteger a democracia, o serviço público e o presente e futuro que queremos construir juntos.

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