Sindicato participa de "abraço" à UBDS Central e protesta contra fechamento da unidade

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Manifesto reuniu população, funcionários e pacientes da UBDS e também vereadores contra a instalação de um AME no local da unidade

 

O fim da tarde de ontem (8) ficou marcado em Ribeirão Preto como o dia em que a cidade se posicionou contra o fechamento da UBDS Central para a instalação de um Ambulatório Médico de Especialidades (AME). População, funcionários e usuários da unidade e até vereadores se reuniram em frente ao posto para pedir, mais uma vez, que a administração municipal reconsidere a proposta de encerrar os trabalhos num local tão vital para a saúde da cidade.

Por volta das 17h cerca de 100 pessoas já se concentravam na frente da unidade com cartazes e camisetas. O ato teve início com o discurso do presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis, Laerte Carlos Augusto, que destacou em sua fala os bons trabalhos prestados a população pela unidade em seus mais de 70 anos de história. “O Central está no coração da cidade, é de fácil acesso e vai muito além do pronto-atendimento, realiza também consultas agendadas com especialistas, exames e até pequenas intervenções cirúrgicas. Ele é hoje essencial para o município” explicou.

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O momento mais marcante do ato foi o abraço simbólico à unidade, onde todos os presentes deram as mãos e circundaram o posto. Logo em seguida o grupo partiu em caminhada rumo à Câmara Municipal. Representando o legislativo, os vereadores Adauto Marmita, Alessandro Maraca, Jean Corauci e Luciano Mega também participaram do evento e reforçaram em suas falas o apoio ao movimento em favor da permanência da unidade.

Acompanhando de perto o caso, a diretoria do Sindicato participou de todas as reuniões da CEE e também da audiência pública organizada para tratar o tema, e tem se posicionado fortemente contra o fechamento da unidade. “Nós estamos aqui para, mais uma vez, reafirmar a necessidade de se rever o projeto de instalação de um AME no local do PS Central. Na atual situação do município em questão de saúde, não podemos nos dar ao luxo de ficar sem uma unidade, mesmo que haja a promessa de um novo ambulatório”, destacou Laerte.

Membro do Movimento Contra o Fechamento da UBDS Central criado para “salvar” o posto, o Sindicato reforça ainda que não é contra a instalação do ambulatório em Ribeirão Preto. A entidade é contrária a possibilidade de fechamento de uma unidade de saúde para que isso aconteça.

“Ribeirão possui outros espaços onde um AME pode ser alocado, próximo ao hospital Estadual na avenida Independência ou até mesmo ao lado da UBDS Castelo Branco, na zona leste, por exemplo. Não há a necessidade de se encerrar os trabalhos aqui”, ressaltou Debora Alessandra, coordenadora da Seccional da Saúde do Sindicato.

“A população não pode ser coagida a “escolher” entre um e outro, a promessa durante a campanha foi clara: três AMEs como complemento ao serviço de saúde já oferecido. Nada foi dito sobre a retirada de uma unidade, muito menos a Central”, lembrou o presidente em seu discurso.

A manifestação saiu da porta da UBDS e seguiu de forma pacífica pela avenida Jerônimo Gonçalves até a Câmara Municipal onde, novamente, a população se uniu para reafirmar “a UBDS não vai fechar”.

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UBDS na Câmara

A possível instalação de um AME no local da UBDS Central foi brevemente discutida na sessão desta terça-feira da Câmara Municipal. Após o fim do ato, manifestantes se dirigiram ao plenário da Casa de Leis onde ocuparam o espaço com cartazes e seguiram solicitando dos vereadores apoio à causa.

Rodrigo Simões, presidente da Câmara, foi o responsável por comunicar a população que grande parte dos vereadores são contrários a proposta do governo e seguem em apoio ao movimento. “A maioria do legislativo posiciona-se contra o fechamento da UBDS Central, o Executivo precisa apresentar outra proposta, minha sugestão é que seja agendada o mais breve possível uma reunião com o prefeito”, anunciou.

Simões propôs aos vereadores participantes da Comissão Especial de Estudos (CEE) que analisou o tema, que estes levassem até a administração todo material levantado e os resultados dos estudos realizados, além de sugestões de novos locais para a instalação do AME.

Durantes a sessão vereadores fizeram uso da tribuna para defender a permanência da unidade. Alessandro Maraca, relator da CEE, destacou em sua fala a postura do governo ante a divulgação de informações relacionadas ao AME.

“É uma mentira, uma chantagem pública dizer que se nós não fecharmos o PS Central pra ter esse AME, a cidade vai perder um AME. Isso é uma chantagem pública!”, afirmou. “E outro aspecto que nós temos utilizado para tratar esse tema é o estelionato eleitoral, porque durante a campanha a promessa foram três AMEs para Ribeirão, sem fechar nenhum pronto-atendimento. Nós não vamos deixar que isso aconteça”, concluiu Maraca.

Elizeu Rocha também fez uso da palavra e aproveitou a discussão do tema para apresentar novamente o projeto de instalação do ambulatório onde hoje funciona a UBDS Castelo Branco. “Nós temos que abrir portas para atender a população, e não fechar”, ressaltou.

Presidente da comissão, o vereador Jorge Parada ainda lembrou que foi encaminhado ao prefeito um ofício solicitando que nenhuma medida com relação ao PS seja tomada antes do recebimento do relatório final da CEE. O documento já foi encaminhado ao executivo e será lido na sessão da próxima quinta-feira (10).

ordinaria_08_08_2017_foto_allan_s_ribeiro_1Manifestantes encerraram o protesto no plenário da Câmara, onde receberam apoio dos vereadores presentes (Foto: Allan S. Ribeiro / Câmara Municipal de Ribeirão Preto)

 

Imagens da manifestação estão disponíveis na página do Sindicato no Facebook e a sessão completa está disponível na página da TV Câmara no YouTube.

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