Ribeirão está sob ameaça de uma epidemia de dengue, afirma Sindicato

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Segundo servidores municipais que combatem a proliferação do Aedes, transmissor da dengue e também do Chikungunya, o número de focos encontrados nos dois primeiros meses deste ano aponta um considerável aumento em relação ao total encontrado no início do ano anterior.

A presença do vírus da febre Chikungunya em Ribeirão Preto ocorre num momento em que o número de focos do Aedes aegypti, na cidade, é elevado, devido ao calor e as chuvas que caíram no município nos últimos dias. A informação é do Sindicato dos Servidores Municipais, que representa o conjunto do funcionalismo municipal, incluindo os agentes de controle de vetores.  A entidade que representa os trabalhadores afirma que a ameaça de uma nova epidemia de dengue e outras doenças que também são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, pode se tornar ainda mais grave com a falta de funcionários capacitados para atender a demanda. “Hoje existem apenas 70 funcionários fazendo o trabalho de campo, quando na verdade, para atender toda a demanda de Ribeirão, seria necessário a contratação de pelo menos 200 novos servidores”, afirma a coordenadora da Seccional da Saúde, Débora Alessandra.

Comparativo feito pela entidade sindical revela que o número potencial de focos do mosquito transmissor da dengue (Aedes aegypti) só aumenta, enquanto o número de agentes de controle de vetores só diminui.

Servidores que atuam na busca e na eliminação dos focos do mosquito da dengue relatam que a maior parte dos recipientes com focos do Aedes aegypti são encontrados nas casas e apartamentos, em vasos e pratos de plantas. O crescimento da cidade, com o surgimento de novos bairros e diversos condomínios, é um fator de grande risco que o Governo Municipal não está encarando com a cautela necessária. Os mapas preliminares mostram que uma potencial  infestação está avançando para as regiões sul e leste da cidade, chegando a novos condomínios.

Segundo estimativas de servidores municipais que atuam diretamente no combate ao Aedes, o número de focos do mosquito transmissor da dengue encontrados nos dois primeiros meses deste ano representam um aumento considerável em relação ao mesmo período do ano anterior. A presença do mosquito é um risco porque significa a possibilidade de transmissão de novos tipos da dengue e outras doenças.

“O problema está dentro das casas. E isso exige um efetivo maior de agentes de controle de vetores nas ruas”, afirmou o vice-presidente do Sindicato, Laerte Carlos Augusto.

Laerte Carlos Augusto afirma que a entidade que representa o funcionalismo municipal apoia a adoção de estratégias integradas de orientação para estratégias que coíbam o aparecimento de focos. O Sindicato realizará uma assembleia nos próximos dias para discutir as precárias condições de trabalho, a imposição de um ineficaz horário alternativo e a falta de pessoal na área de controle de vetores.

Horário alternativo?

Um outro grave problema que tem preocupado os servidores foi a criação de um horário alternativo por parte da chefia do Controle de Vetores. O horário de trabalho normal da categoria é das 7h30 às 16h30, com o intervalo de uma hora para o almoço. Porém, os servidores da pasta estão sendo obrigados a trabalhar das 9 às 18h30, com um intervalo de uma hora e meia para a refeição. De acordo com os trabalhadores o horário, que era para ser alternativo e se tornou principal, foi criado para fazer a quebra de pendência (quando o servidor volta a uma residência em horário alternativo caso não encontre o morador no horário estabelecido). No entanto, ainda segundo os servidores, o horário alternativo está sendo utilizado para fazer todos os trabalhos da pasta como bloqueios, nebulização e outras funções. Os trabalhadores também informaram que devido às altas temperaturas registradas em Ribeirão nos últimos meses a nebulização se torna ineficaz. “Os trabalhadores deveriam começar os serviços mais cedo, com temperaturas mais baixas, para que a nebulização tenha a eficácia esperada, e não mais tarde com temperaturas altíssimas, o que pode prejudicar o trabalho e maltratar os trabalhadores”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Donizeti Barbosa. 

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