Mesmo com aprovados em concurso da GCM, prefeitura abre licitação para contratação de empresa terceirizada em segurança

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O efetivo da Guarda Municipal que hoje é de 214 guardas já não suporta a demanda de Ribeirão Preto; Sindicato acredita que faltam no município políticas públicas voltadas à segurança

 Mesmo com concurso em aberto na Guarda Civil Municipal e com mais de 80 pessoas aprovadas, o Governo de Ribeirão Preto decidiu abrir licitação para a contratação de uma empresa de segurança terceirizada por um valor que ultrapassa R$ 1,7 milhão.

A licitação, na modalidade de pregão presencial – com data para a entrega dos envelopes contendo os documentos de habilitação e as propostas para o dia 20 de julho –,  visa a contratação de empresa especializada na prestação de serviços de vigilância patrimonial desarmada no período noturno e também aos sábados, domingos e feriados para dez escolas da rede municipal de ensino. O Sindicato dos Servidores Municipais questiona a abertura da licitação, já que existe um concurso da GCM aberto e com pessoas aprovadas.

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Em reunião com o comando da Guarda em junho o Sindicato cobrou a contratação das pessoas que passaram no concurso da corporação

“Seria muito melhor utilizar o valor de R$ 1.726.766,52 (custo estimado da licitação em um ano) para a contratação dos aprovados no concurso da Guarda. Aumentaria o efetivo da GCM, que é deficitário, e garantiria uma melhor segurança de

todos os dos prédios públicos (e não apenas da Educação) e do maior patrimônio de Ribeirão Preto, que é a vida das pessoas. Se tem dinheiro para terceirizar, tem dinheiro para contratar. Está mais do que provado que terceirização não resolve o problema de um município”, argumentou o coordenador da Seccional da GCM do Sindicato, Ricardo Palaveri.

 Efetivo da Guarda sofrerá baixa esta semana
O deficitário efetivo da Guarda Civil Municipal sofrerá uma baixa importante ainda esta semana com a aposentadoria de cinco guardas. A aposentadoria desses GCMs representa, na prática, uma baixa de cerca de 2% no efetivo da corporação, que já é escasso. Criada em outubro de 1994, a Guarda Civil Municipal parece não ter acompanhado o crescimento da cidade de Ribeirão Preto. “É humanamente impossível atender a demanda de Ribeirão com o número de guardas que estão trabalhando. Quando foi criada, a população da cidade era de pouco mais de 400 mil habitantes e hoje este número ultrapassa os 600 mil. A GCM conta atualmente com um efetivo de 214 guardas. Nesta semana cinco se aposentarão e esse número cairá para 209. Contando férias, afastamentos e licenças, não tenho dúvida em afirmar que a Guarda trabalha hoje com um efetivo de no máximo 190 GCMs, o que precariza ainda mais o trabalho. É preciso fazer algo urgentemente”, afirma o diretor do Sindicato e Guarda Municipal, Valdir Avelino.

 Falta política voltada para a segurança
A falta de uma política pública voltada diretamente para a segurança de Ribeirão Preto é um dos principais problemas no município, na visão do Sindicato dos Servidores. “A população cresceu muito nas últimas décadas e junto vieram os problemas. É preciso contratar os GCMs aprovados em concurso e investir em políticas pública voltadas para a segurança. Terceirizar serviços de segurança é uma medida paliativa que ameniza, momentaneamente, mas não resolve o problema em definitivo. É preciso enxergar a segurança de Ribeirão com uma visão mais progressista e com foco em resultados em curto, médio e longo prazos. É como o tratamento de uma doença grave, tem que tratar a causa imediata, mas tem que se pensar no tratamento longo e definitivo”, salientou o presidente do Sindicato, Laerte Carlos Augusto.

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Gasto com reposição de materiais furtados reforçaria efetivo da GCM

Segundo informações divulgadas pela própria prefeitura, até o dia 20 de junho deste ano foram 20 poços e estações elevatórias do DAERP furtadas, além de outras seis tentativas. Segundo os cálculos do departamento, o prejuízo com os furtos, envolvendo mão de obra e material, já passa dos R$ 2 milhões. Para o município é a história se repetindo, já que em 2016 foram registrados 56 furtos ao longo do ano com um prejuízo de cerca de R$ 4,9 milhões. Já na educação foram registradas pelo menos 28 ocorrências de furto e/ou vandalismo em cerca de 20 CEIs, EMEFs e EMEIs diferentes. A ação mais recente ocorreu na EMEF Paulo Freire, no Jardim Heitor Rigon.

Na saúde os números não são diferentes, de acordo com informações divulgadas em abril pela pasta, pelo menos 23 unidades – entre UBSs e UBDSs – já haviam sofrido algum tipo de invasão ou furto só este ano.

Para o Sindicato, um maior efetivo na Guarda ajudaria a prevenir e até mesmo evitar essas ações criminosas. “Ao invés de gastar dinheiro repondo os materiais furtados e a contratação de uma empresa de segurança terceirizada, o que gera um grande custo ao município, poderia se investir esses valores na contratação de efetivo da GCM para manter a segurança desses espaços”, afirmou o presidente.

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