Mais uma atrocidade: Governo fecha pronto atendimento odontológico noturno em Ribeirão

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Mesmo fora do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal prefeitura corta mais um serviço oferecido à população ribeirão-pretana

O governo de Ribeirão Preto cometeu mais uma atrocidade contra o serviço público da cidade ao anunciar o fechamento do pronto atendimento odontológico da Unidade Básica e Distrital de Saúde Central (UBDS Central), no horário de funcionamento das 23h00 às 7h00. De acordo com o que já foi anunciado para os trabalhadores, o serviço será interrompido a partir do dia 23 de fevereiro (próxima segunda-feira). Em outros postos onde o atendimento era oferecido  a população, Distritais Norte e Sul, os serviços foram desativados há anos. Com a suspensão do atendimento odontológico na UBDS Central, serviço que era oferecido ao cidadão ribeirão-pretano há 50 anos, apenas a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na Avenida Treze de Maio vai oferecer o serviço, o que dificulta o deslocamento dos pacientes.

“De acordo com o que foi passado para os funcionários a medida foi tomada pelo governo para conter gastos. Com o levantamento que fizemos com os servidores o gasto mensal com o pronto atendimento odontológico nas madrugadas não passa de R$ 15 mil mensais. Para uma cidade com um orçamento bilionário como é Ribeirão esse valor é muito baixo se colocado na balança o tipo de atendimento que é oferecido, pois ninguém procura atendimento odontológico na madrugada por prazer, é fundamental manter o serviço. A prefeitura alega também baixa demanda no atendimento, informando que são atendidas cerca de três pessoas por madrugada na Unidade. Mas, isso é uma inverdade, pois o número de pessoas que procuram atendimento odontológico neste horário é bem maior. Existem noites que mais de 20 pessoas procuram atendimento. Numa média passam pela UBDS Central cerda de dez pessoas por madrugada. Tem mais um detalhe, mesmo que fosse uma pessoa por noite, ela merece ser atendida, pois paga seus impostos e merece ser respeitada”, diz o coordenadora da Seccional da Saúde, Débora Alessandra da Silva.

“O que o governo não está levando em conta é que esse atendimento vai sobrecarregar a UPA, que é um serviço terceirizado. Além da possibilidade de sobrecarregar uma única Unidade de Saúde da cidade, o que o governo vai fazer com as pessoas que buscarem atendimento na UBDS Central? A prefeitura vai disponibilizar ambulâncias para transportar os pacientes? Eles estão brincando com a saúde da população”, argumenta Débora.

Lei de Responsabilidade Fiscal não é o motivo

A Lei de Responsabilidade Fiscal não poderá ser utilizada como cortina de fumaça para esconder a verdadeira vontade do governo de acabar com serviços públicos que são oferecidos a população ribeirão-pretana. Num levantamento feito pelo Sindicato dos Servidores no início do mês, a entidade que representa os trabalhadores comprovou, através de números oficiais, que Ribeirão fechou o orçamento de 2013 com um gasto com pessoal em 49,97%, número abaixo do limite prudencial da LRF.

“Os riscos da Lei de Responsabilidade Fiscal não existem mais. Ribeirão já está fora do limite prudencial da LRF há pelo menos dois quadrimestres. O que o governo quer na verdade é fechar serviços públicos, fechar postos de trabalho e, consequentemente, prejudicar a população. Não existe desculpa no mundo que justifique acabar com serviços essenciais. Problemas odontológicos não podem esperar amanhecer o dia, nem ficar procurando uma unidade que faça o atendimento. Não duvido que o próximo passo dessa gestão indigesta seja acabar com esse atendimento também na UPA. O governo presta mais um desserviço para a população. Para se fazer uma má gestão é preciso estabelecer uma gestão e o que a gente percebe em Ribeirão é que não existe gestão alguma”, afirma o presidente do Sindicato, Wagner Rodrigues.

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