Alimentos explicam alta da inflação em maio, mostra Dieese

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O Índice do Custo de Vida – ICV, calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) subiu 0,43% em maio, taxa inferior à de abril (0,68%) em 0,25 pontos percentuais. Os grupos da Alimentação (1,05%), Habitação (0,65%) e Saúde (0,80%) foram os grandes responsáveis pela inflação do mês, contribuindo com 0,57% no cálculo do ICV. O grupo das Despesas Pessoais (-3,23%), com queda em sua taxa reduziu o resultado da inflação em 0,13 pontos percentuais.

A alta na Alimentação ocorreu em todos os seus subgrupos: in natura e semielaborados (1,04%), produtos da indústria alimentícia (1,24%) e alimentação fora do domicílio (0,76%).

No subgrupo da indústria da alimentação (1,24%), vários produtos apontaram pequenas altas, sendo mais acentuadas no óleo de cozinha (6,24%), bebidas alcoólicas (4,57%) e açúcar (2,05%). Na alimentação fora do domicílio (0,76%), os reajustes foram: refeição principal (0,61%) e lanches (0,98%).

A taxa da Habitação (0,65%) é resultado dos aumentos nos subgrupos: locação, impostos e condomínio (0,96%), com alta maior no condomínio (1,66%), e operação do domicílio (0,64%) devido ao reajuste ocorrido nos serviços domésticos (2,32%). O subgrupo da conservação do domicílio (0,07%) pouco alterou seus valores. Na Saúde (0,80%), as taxas de seus subgrupos foram: assistência médica (0,09%) e nos medicamentos e produtos farmacêuticos (3,90%).

Inflação acumulada

A inflação geral nos últimos 12 meses, de junho de 2011 a maio de 2012, acumula alta de 5,78%; por estrato de renda as taxas anuais foram: estrato 1 (5,50%), estrato 2 (5,28%) e estrato 3 (6,03%). Neste ano de 2012, o índice geral foi de 3,18% e seu comportamento apontou taxas distintas: estrato 1 (2,86%), estrato 2 (2,77%) e estrato 3 (3,43%).

A exemplo do que ocorreu em abril, 15 das 17 capitais onde o Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica registraram alta no valor do conjunto de produtos alimentícios essenciais. As maiores elevações foram apuradas para Recife (7,12%), Fortaleza (6,91%), Salvador (4,74%), Goiânia (4,69%) e João Pessoa (4,14%). As duas localidades onde houve retração nos preços foram Florianópolis (-1,01%) e Brasília (-0,90%).

Mais uma vez, São Paulo – onde os produtos básicos custaram em média R$ 283,69 – foi a cidade com a cesta mais cara. Em segundo lugar aparece Manaus, localidade em que os gêneros essenciais custaram R$ 272,86, valor semelhante ao apurado para Porto Alegre (R$ 272,45) e Vitória (R$ 271,16). Os menores custos foram encontrados em Aracaju (R$ 199,26), João Pessoa (R$ 225,94) e Salvador (R$ 228,25).

Mínimo necessário chega a R$ 2.383

Para estimar o valor do salário mínimo necessário, o Dieese leva em consideração o maior custo para o conjunto de itens básicos – que, em maio, novamente foi verificado em São Paulo – e o preceito constitucional que estabelece que o menor salário pago deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

No último mês, para atender a essas necessidades, o salário mínimo deveria valer R$ 2.383,28, ou seja, 3,83 vezes o mínimo em vigor, de R$ 622,00. Em abril, o menor valor pago deveria corresponder a R$ 2.329,35 (3,74 vezes o menor salário) e em maio de 2011, o valor do mínimo necessário era menor (R$ 2.293,31), mas equivalia a 4,21 vezes o piso em vigor, de R$ 545,00.

Fonte: Dieese

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